Parece loucura falarmos sobre a paz em tempos atuais, muito embora eu entenda que desde que o homem começou a habitar nesse Planeta , sempre houve a guerra.
É claro que as guerras antigas não tem de forma alguma, o padrão nem o alcance das atuais, visto que antigamente os homens se digladiavam com paus e pedras.
No entanto, as tensões eram locais; desde a Antiguidade e a Idade Média, nenhum conflito de dimensões globais havia ocorrido.
No entanto, me parece que se de certa forma a Idade Média foi considerada por muitos autores um Período de trevas, o que dizer então dos primeiros cinquenta anos do século vinte, onde tivemos as duas guerras mundiais que dizimaram milhões e deixaram outros milhões, deformados no corpo e na alma?
Certamente que não é meu objetivo nesse espaço, não agora pelo menos, fazer uma análise dos motivos que levaram o ser humano a se perder em um labirinto de destruição e violência ao qual se lançou durante metade do século 20.
Antes, promover uma discussão se seria possível, diante da atual situação em que estamos vivendo postular uma Paz nos moldes do pensamento do filósofo alemão Kant.
O pensador tem um texto intitulado a Paz Perpetua onde coloca suas opiniões sobre a forma que o homem evoluiria para uma sociedade pacífica.
Dentre as suas muitas propostas, estariam conceber o Estado, organizado como República, com representação dos cidadãos. Uma República onde não haveria um mero Poder patrimonialista, pois segundo Kant era esse um dos problemas que levava esse Estado a se tornar belicoso, mas antes um Estado Moral, um aparelho estatal que estivesse alinhado com seus cidadãos.
Igualmente seria preciso que houvesse respeito aos demais povos ,no sentido de não intervenção nas questões particulares de cada País, e que esse Estado também não aumentasse por demais sua dívida pública.
E por fim, a criação de uma Federação, de uma instituição internacional que servisse de mediadora entre os conflitos existentes entre as diversas Nações oferecendo soluções pacíficas para conflitos que pudessem transformar-se em guerras.
Posto o que se lê acima, podemos nos convencer sem muitos argumentos de que a proposta kantiana embora plausível, merecedora de confiança , não se concretizou.
Temos assistido os recentes episódios envolvendo Nações desenvolvidas, se intrometendo na Política externa e econômica de diversos Países menores, sob o discurso de estar defendendo a democracia.
A maioria dos Países permanece como Estado que se arroga ao direito de se expandir , as vezes fora de todo um contexto, elevando sua dívida pública e comprometendo as gerações futuras.
Por outro lado, a ONU que teria sido uma atitude ousada das Nações depois de 1945, imbuídos do desejo de mudança e de que não ocorressem mais guerras como as anteriores mostrou-se na prática um grande fracasso.
E assistimos, inconformados a crescentes tensões pelo mundo afora, configurando-se no horizonte, novas guerras e destruições.
Até quando?
Nenhum comentário:
Postar um comentário