terça-feira, 9 de junho de 2020

A PÓS PANDEMIA E OS MUNDOS PARALELOS

Estamos vivendo mundos paralelos. Mas não é o da interpretação dos muitos mundos de Everett nem o da teoria das cordas da Física Quântica É o da sociedade capitalista onde já se fazem reuniões para se discutir a PÓS PANDEMIA, sem se atentar que estamos caminhando ainda no meio do fogo do inferno. Ao invés de se criar uma estratégia para salvar milhões de vidas mo Brasil filósofos como Karnal e outros midiáticos, empresários e políticos se reúnem para discutir como será o mundo depois das milhares de mortes com certeza já contabilizada em planilhas. Tudo racionalmente pensado em ambientes assépticos
Você me questionaria dizendo ser necessário planejamento estratégico.
Concordo,mas antes tomar conta do PRESENTE, e não abandonar as pessoas a PRÓPRIA SORTE.
São essas as lideranças politicas culturais e sociais que temos.

terça-feira, 12 de maio de 2020

QUARENTENA


Qual narrativa usar para explicar essa pandemia, que trouxe uma quarentena e um distanciamento social profundos?
Estamos em plena ascensão das ideias religiosas em nosso País. O Brasil vive há alguns anos o florescimento de igrejas neopentecostais que foram "comendo pelas beiradas" ou seja, enquanto o Estado se recusava a dar suporte aos pobres da periferia os pastores com seus milhões de obreiros entravam nas casas e lares dos brasileiros e de forma bastante sutil foram implantando a visão de mundo que privilegia à crença a qualquer outra explicação da realidade.
Portanto essa pandemia é uma maneira que Deus tem de castigar os seres humanos  pelos seus pecados; No Brasil , diante do Carnaval o que dizer?
Outros em menor número usariam a ideia do aquecimento global,  desequilíbrio dos sistemas ecológicos provocada por um consumismo e por resíduos industriais que poluem os oceanos, aquecem o Planeta mudando o comportamento das correntes oceânicas, influenciando no clima , ciclo das chuvas, o que produziria um desequilíbrio ambiental favorecendo o aparecimento de vírus e sua inserção em ambientes humanos.
Pode-se simplesmente apelar para o acaso, afinal nem tudo precisa ser regido pela causalidade.
Quem sabe os espiritualistas diriam que os seres humanos estão vibrando num patamar que permite o aparecimento de doenças e epidemias.
Quaisquer que sejam as explicações as narrativas , nenhuma delas pode dar conta do sentimento de apequenamento diante da Vida. 
Planos, estratégias, visão de futuro, tudo isso precisou ser adiado e até engavetado e sabe-se lá como sairemos dessa situação, porque primeiro precisamos não ser vítimas do própiro vírus.
É célebre a frase " Crise é oportunidade", porém o que percebemos é que a Humanidade sairá dessa crise muito mais frágil, com poucos empregos, afinal os trabalhadores já estavam perdendo suas vagas para a automação e a Inteligência artificial
Da mesma forma, aqueles que ainda tinham empregos terão que se adaptar a um novo tempo, com a tecnologia ditando as regras, com a criação de home offices e menos ocupação 
Certamente sempre existem aqueles que ganharão com tudo isso, mas já são setores que estavam há anos em um estágio mais avançado, principalmente gigantes como Google, Amazon e outras empresas de tecnologia,
Será que conseguiremos nos reinventar?

terça-feira, 5 de maio de 2020

A REALIDADE DE MADHU

  • Sci-fi de ótima qualidade da autora Melissa Tobias. A realidade de Madhu tem trama envolvente, história bem pensada, além de nos prender na leitura com personagens bem construídos. Madhu tinha a missão de trazer uma nova realidade ao mundo, uma síntese entre a Realidade da Fonte, origem de todos os seres, e a Realidade Virtual criada por Lucifer. Para isso precisaria fazer um auto sacrifício em um templo submerso no grande lago de Titicaca no Peru. Ao unir seu DNA com o DNA da mãe Terra, a Terceira Realidade, a síntese entre a dualidade existente, transformaria a Terra e os seres humanos trazendo a Paz. Próximo à página 120 há o trecho que diz " Em 2020 uma pandemia, matou 3 bilhões de pessoas na Terra. Era um vírus psicossomático que infectava pessoas com baixa vibração, que não tinham a consciência do amor ao próximo". Um livro fantástico, que além da história cria um repertório cultural muito bom no leitor, porque na obra existem diversas referências a cultura ocidental, aos sumérios e principalmente a Índia. Recheado de conceitos de espíritualidade indiana. Ótima leitura para os tempos atuais!!!

domingo, 22 de dezembro de 2019

INVESTIR EM HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS

   Quando em 1999  assistimos o filme Matrix, muitos viram  o futuro da Humanidade, ou seja, em síntese a luta entre as máquinas e o homem.
Passados 20 anos do primeiro filme, e inseridos em uma transição tecnológica nunca vista antes na história (se bem que como nas palavras de Alvin Tofler a Primeira Onda , a Revolução Agrícola foi profunda e remodelou todo o contexto em que o homem  vivia) estamos diante de uma situação no mínimo complicada: Como dar continuidade a nossa vida profissional, de maneira que não sejamos removidos de nossas funções por pessoas mais qualificadas ou em último caso pela IA?
A questão não é somente buscar a requalificação profissional, porque a enfase do mercado está focado em uma transformação digital que não é fácil de ser assimilada por profissionais com mais de 40 anos, que normalmente tem sedimentado noções, comportamentos conceitos que não podem ser simplesmente jogados fora, e inseridos outros conceitos. Nosso cérebro não funciona dessa maneira, seria preciso um bom tempo para tentar reaprender novas habilidades.
Da mesma forma quando se fala em desenvolver habilidades socioemocionais elas não podem estar segmentadas, mas virem acompanhadas igualmente de uma estrutura cognitiva fundamentada em habilidades técnicas específicas: De nada adianta um profissional empático, tolerante, que saiba negociar, sem no entanto possuir um cabedal de conhecimentos técnicos próprios de sua área de atuação.
Conseguir desenvolver -se cognitivamente para sair-se bem em tempos de transição,e ao mesmo tempo trazer em si qualidades emocionais e humanas é a chave . mas sem dúvida uma tarefa árdua, que não será levada a cabo, sem políticas públicas específicas, uma conscientização das pessoas da importância dessas mudanças e do lado das empresas uma mudança de mindset, enxergando seus profissionais como o grande capital de gestão.

sábado, 3 de novembro de 2018

MITO OU FENÔMENO?

O que é um Mito? Se lançarmos a pergunta no buscador do Google as respostas serão relacionadas a histórias fantásticas, lendas dos grandes feitos épicos de heróis na Antiguidade e que de certa maneira trazem algum fundo de verdade.
Por outro lado, fenômeno é todo fato "observável". mas são fatos especiais que demandam mais atenção, que precisam ser estudados com regras , através do método   científico. Claro que na linguagem coloquial fenômeno simboliza alguém com talentos acima da média como por exemplo Ronaldinho o "fenômeno" 
Nas últimas eleições tornou-se comum chamar Bolsonaro, o capitão reformado do Exército Brasileiro  que alias se tornou o novo Presidente de Brasil de "Mito".
Guardada as devidas proporções, certamente não existe como comparar Bolsonaro a um mito, no sentido que damos a palavra, pois isso envolveria feitos de grandiosidade épica que sabemos que o nosso Presidente, muito embora um homem correto e trabalhador não o tem.
Porém não há como negar que o capitão é um fenômeno social, porque destoou de todas as outras campanhas presidenciais anteriores, seja no discurso, ou mesmo na maneira como conduziu sua campanha política.
Com muita inteligência, e sem dúvida com a assessoria de pessoas altamente profissionais na área de Marketing e psicologia de massas, Bolsonaro serviu-se de um discurso DURO, criando a FIGURA DE UM INIMIGO COMUM  a ser enfrentado pelo povo brasileiro : O PT e a corrupção, que era culpa do PT ( os dois termos se retroalimentavam)
Apoiado por uma onda conservadora que não é apenas brasileira , mas mundial, e usando técnicas como a do Presidente Trump, catalisou para a sua campanha o voto de milhões de insatisfeitos.
Muito importante foi também a noção de que a sociedade brasileira é extremamente conservadora ( meses antes havia saído uma pesquisa nos jornais atentando para o fato) e esse conservadorismo estava mais relacionado as parcelas mais pobres da população brasileira . Sabendo disso, sua equipe endossou o tripe das reivindicações nas ruas: Moralismo, luta contra o PT e a corrupção e religiosidade.
Uma aliança com pastores influentes , das maiores Igrejas brasileiras como Assembléia de Deus, Quadrangular e Universal, promoveram um crescimento exponencial na reta final de campanha.
Não se pode esquecer também a estratégia do uso das redes sociais. Emulando quem sabe o que já havia acontecido em Hillary Clínton e Trump e a decisiva participação das redes sociais na eleição do americano a Casa Branca, Bolsonaro utilizou-se de forma bastante inteligente das redes, inclusive desbancando jornais como a Folha e o Globo.
Enfim, essa campanha política deverá ainda ser objeto de muitos estudos e o fenômeno Bolsonaro também.

EDUCARE E EDUCERE

A educação sempre foi um dos projetos mais importantes da Humanidade, embora também muito negligenciado por fatores diversos. Na Antiguidade educava-se em casa, pelos pais ou mais velhos. Foi somente após a Revolução Francesa que o Ensino Público obrigatório  se tornou realidade, embora haviam muitas pessoas que entendessem que isso nem era tão importante. A própria Igreja católica desestimulava seus fiéis á leitura   entendendo que a Bíblia somente podia ser interpretada pelo Papa. Nesse sentido os protestantes foram muito importantes, Lutero sempre valorizou a alfabetização, pois quanto mais pessoas lessem mais a Bíblia seria divulgada.
Também é fundamental definir o que cada um entende por educar. Não basta apenas saber ler e escrever, é necessário que isso sirva á práticas diárias. De que me serve uma ferramenta se eu não consigo entender qual a sua função?
Assim alguns entendem que educar é somente orientar os alunos a conquistarem seus objetivos, a desenvolverem-se moralmente serem bons cidadãos ou terem aptidão para o trabalho.
Por muito tempo aceitou -se a tese do filósofo inglês John Locke a qual dizia que nascemos tábulas brancas, nada existe em nosso sistema cognitivo portanto é necessário "encher a cabeça do aluno" com o conhecimento que os adultos tem. Por esse viés , as crianças nada sabem e precisam inteiramente da mediação dos adultos.
Até pouco tempo eram comuns aulas somente expositivas, onde os professores únicos detentores do saber, ficavam a vontade para orientar os alunos ao caminho que acreditavam ser mais correto. 
Paulo Freire educador brasileiro usou o conceito de educação bancária para ensinar que nossos alunos sentavam-se e apenas ouviam, não existia nenhum tipo de interação entre professor e aluno.
Mas as ideias foram mudando . Já na época de 30 a chamada Escola Nova pensava o aluno como alguém ativo, que participa da construção do conhecimento. Essas ideias eram baseadas nas obras de John Dewey pensador americano.
Mais tarde Piaget irá revolucionar a concepção de ensinar e aprender quando propõem suas ideias a respeito de como ocorre o aprendizado dentro da mente das crianças. Importante frisar que Piaget não criou uma teoria pedagógica, isso veio acontecer mais tarde com os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky  a respeito da maneira como as crianças constroem o conhecimento. 
Também existe uma outra maneira de entender educação, ou seja não é apenas orientar, instruir, mas principalmente CONDUZIR PARA FORA.
Fora de onde? Das nossas próprias impressões e percepções daquilo que entendemos saber do mundo, das bolhas em que vivemos.
Claro que não podemos entender esse conceito como o enxergava Platão que postulava existir dois mundos, um das aparências e outro das ideias perfeitas. Assim, em determinado momento  da existência estivemos nesse mundo perfeito e essas ideias ficaram gravadas em nossas memórias. Mas ao retornar para esse plano terminamos por esquecer .
Assim, a função do educador ou filósofo , seria  trazer a tona as memórias esquecidas, o que ficou conhecido como teoria das reminiscências. 
Porém temos a Psicanálise que nos trás o conceito de inconsciente, e alargando mais a concepção teríamos até mesmo o inconsciente coletivo, com os arquétipos de Jung. Pode-se argumentar que a Ciência não considera verdadeiramente científicas essas teses, mas séculos de prática psicológica nos faz pensar que é possível despertar possibilidades adormecidas nas pessoas.
Certamente que é fundamental a mediação da Cultura em todo esse processo, afinal para só lembrarmos crianças lobos encontradas na Índia no início dos anos 20 demonstraram que se deixado sozinho o ser humano não se desenvolve. 
Portanto educar nesse sentido é, através da mediação com seus alunos, com as pessoas, despertar o que há de melhor nelas, sendo que muitas vezes elas estão indiferentes as suas potencialidades.

RETROTOPIA

" Na época da Ditaduras, tínhamos mais segurança. A cartilha Caminho Suave é que alfabetizava. O ensino era bom antes. Minha mãe só tinha a quarta série e sabia fazer várias contas de Matemática"
Frases assim são corriqueiras na atualidade, e pelo que parece ainda ecoarão por muito tempo em nossos ouvidos.
Se colocando muito mais como um "cientista social" do que como alguém que vai emitir um juízo de valor sobre essas questões, parece  que existe um esgotamento  por parte da sociedade em geral em relação aos grandes temas da Humanidade.
Não temos mais paciência com as promessas surradas dos mesmos políticos, a educação continua a patinar nos mesmos erros, o mundo nos cansa. Queremos algo simples, que resolva nossas questões mais importantes, mesmo porque o que temos hoje é a certeza do agora. Viver no Agora já não é mais algo transcendental e libertador como nos propõem o livro com o mesmo nome O poder do Agora de Eckhart Tolle, onde a postura de perceber-se no momento atual nos liberta dos condicionamentos de viver sempre pensando no passado ou no futuro, deixando portanto de viver. Não há opções. Estamos presos no agora, em função de que não há como planejar um futuro , afinal temos que SOBREVIVER. Os empregos já não duram uma vida, mas alguns anos ou meses, os relacionamentos igualmente estão líquidos, troca-se de companheiro(a) como quem troca de roupa. De fato vivemos tempos líquidos como nos ensina Bauman.
Citando o , há um outro conceito bastante interessante que também é trabalhado pelo autor. Trata-se da RETROTOPIA.
Acredito que a maioria conhece o livro de Thomas Morus intitulado a Utopia onde os utopinianos vivem em uma sociedade organizada de maneira que não existem desigualdades sociais, onde o ouro e a prata são ignorados, enfim um mundo idealizado. UM lugar imaginário.
Também estamos familiarizados com o termo Distopia, que diferente da Utopia afigura-se em uma sociedade onde existe grande opressão, embora também por outro lado exista um ambiente cercado por tecnologia. Exemplos Jogos Vorazes, Divergente, O Guardador de Memórias, nos dão uma noção do que realmente se passa nessas sociedades e em muitos casos podemos até fazer comparações com o momento atual em que vivemos.
A RETROTOPIA é um conceito trabalhado por Zigmund Bauman em seu livro póstumo. Quer dizer, em linhas gerais, que ´nas últimas décadas os seres humanos estão buscando reviver velhos pensamentos, ideias, conceitos, como se voltar as práticas políticas, a pensamentos filosóficos a ideias que deram certo , pudesse de forma mágica resolver a maioria dos nossos problemas.
Tínhamos com o advento do Iluminismo uma proposta positiva de progresso, compreendendo que o Homem conseguiria vencer suas dificuldades, sobrepor-se a ignorância e que caminharíamos todos de mãos dadas para um futuro brilhante. Sofremos todos um grande abalo com as duas Grandes guerras. 
Apesar de conseguirmos vencer o fascismo e o nazismo nas décadas de 20 e 30 um sabor amargo permaneceu . Após a vitória dos aliados,agora era preciso dar conta de algo tão sombrio como as duas outras teorias do ódio. O Comunismo.
Porém no fim da década de 1980 tivemos a queda do Muro de Berlim , o socialismo se esfacelou, decretou-se o Fim da História. 
Tudo indicava que iriamos finalmente avançar. Uma Nova Ordem Mundial se estabeleceu, a globalização prometia um novo período de Progresso a Humanidade.
Infelizmente , passadas duas décadas, novamente os ânimos se esfriaram, pois o que vimos foi uma acumulação gigantesca de capitais nas mãos das empresas, um esvaziamento do Estado, e as crises econômicas cada vez mais destrutivas.
Talvez isso tenha causado um saturamento nas pessoas, cansadas de buscar pelo progresso.tentam enxergar no passado momentos que foram bons e tentar resgatar esses momentos.
O retorno ao autoritarismo, a uma moral mais severa, a ideias e conceitos que eram considerados ultrapassados, como por exemplo a ideia da Terra Plano, ou o medo das vacinas.
Não sabemos ao certo quanto tempo durará essa onda de conservadorismo que tomou conta do mundo, mas ao que parece ela ainda durará muito.

FESTA JUNINA!

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasile...