Somos um mistério. Afinal o que realmente nasce? Uma tábula rasa, ou uma mente, onde estão embutidas potencialidades que serão desenvolvidas dentro do nosso contexto de Vida?
Claro, existem teorias, algumas centenárias sobre o assunto , não vou discorrer sobre elas nesse post.
Enfim, ao sermos socializados ,como esponjas, assimilamos , através de nossos pais, irmãos, parentes e amigos o que se coloca ao nosso redor.
E pelo que entendo, a maioria das pessoas dispõem de pouquíssimos conhecimentos sobre o funcionamento cerebral, a importância nos primeiros anos de vida de uma intensificação do ambiente, dos processos, dos objetos, cores, sensações, texturas, pluralidades e diversidade de situações em que a criança deveria ser exposta , a fim de proporcionar ao cérebro condições de excelência.
Infelizmente, nossos filhos recebem pouca estimulação, e condenamos gênios a mediocridade, quem sabe.
Somos configurados até a idade da pré adolescência ao senso comum, com ideias bem populares sobre a vida, com a religião cristã permeando cada ação, pensamento, sentimento.
A partir desse contexto iniciam-se questionamentos sobre essa visão de mundo estereotipada que nos foi passada e infelizmente, na maioria de nós, permanecerá até nossa morte.
Alguns se mantêm no primeiro modelo de gênero de conhecimento a vida toda, é o que postula Espinosa filósofo que viveu no século XVII .
Esse é o senso comum, que imagina a realidade apenas pelas sensações que recebe dela.
Transportando tal modelo mental para tudo que ocorre ao nosso redor, podemos antever alguns transtornos que se materializam em virtude dessa maneira de enxergar a Vida.
Um deles seria a passividade diante das situações que ocorrem, porque se apenas interpreto o que acontece , sem entender as causas, apenas avaliando pelo efeito, pouco posso transformar.
Já no segundo gênero do conhecimento, conseguimos ampliar um pouco nossa maneira de perceber , quando através de um método de raciocínio tentamos encontrar os motivos que ocasionam os efeitos.
E ao compreender o motor por trás dos acontecimentos, me torno um pouco mais livre.
O terceiro gênero de conhecimento é o mais ampliado de todos eles: Por meio da intuição , me apercebo do momento presente e diante disso , uso o método científico para testar esse insight e desse processo incorporo o conceito ao já vivenciado.
Pode-se exemplificar o enunciado acima servindo-se se do sonho que o químico Kekulé teve certa noite.
No sonho,o cientista via uma cobra mordendo o próprio rabo. E dias antes ele estava procurando a fórmula do benzeno. O bicho se formava por um anel de carbonos , como uma cobra mordendo o próprio rabo.
Ao acordar, utilizou-se de seu pensamento científico para compreender a mensagem intuitiva que recebera do sonho e assim a fórmula do benzeno foi encontrada.
Espinosa ensinava ser esse o processo do bem pensar, das ideias adequadas e seriam esses pensamentos que nos libertariam das imagens, do senso comum da ignorância da Humanidade.
Parece que ainda estamos longe disso, todavia devemos continuar a insistir em que a sociedade receba uma educação de qualidade a fim de transcendermos esses momentos obscuros que vivemos.
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