A palavra, em seu sentido etimológico vem de éthos , lugar, morada do Ser, então podemos compreender que ética é a maneira como me relaciono com os outros dentro de uma reflexão que permita criar convivência, respeito, alteridade.
Ética está além da Moral, porque o pensamento ético reflete sobre ela, se esta moral é adequada diante daquele contexto em que estamos inseridos. Deixo um exemplo: A história de como Maomé salvou a vida de um homem.
Esse homem, perseguido por assassinos, pede ajuda ao profeta. O profeta, sentado à beira do caminho, orienta-o a continuar fugindo e muda de lugar, sentando-se em outra direção. Quando os assassinos chegam, eles sabem que o profeta só pode dizer a verdade e por isso lhe perguntam se viu o fugitivo. Maomé responde que, desde que está sentado ali, não viu passar ninguém. Os perseguidores acabam indo pelo caminho errado.
Se o profeta seguisse as regras morais sem pensar, ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como consequência a morte de uma pessoa inocente. Mas ele encontrou uma maneira esperta para cumprir a regra moral de dizer sempre a verdade e, ao mesmo tempo, ajudou o fugitivo.
Diante disso acredito que precisamos repensar o extremo moralismo religioso que vivemos em nossa sociedade, pois normalmente a maioria de nossos atos está baseado em conceitos morais inflexíveis, que não levam em conta, contextos e que acabam por gerar hipocrisia, visto que a maioria das pessoas não conseguem cumprir tais preceitos, gerando inconformismo, revolta e principalmente um certo sentimento de impotência e descrédito , inclusive com religião, e outros com a própria crença em Deus. Assim, o filósofo alemão propôs a ideia de que Deus devia ser pensado como algo externo, que não se intromete em questões morais, afinal na ideia do pensador , como não conseguimos provar a existência da Divindade assim como a sua inexistência , a questão estaria fora de cogitação.
A partir daí propôs o que chamamos de imperativo categórico, uma lei universal que englobasse de forma radical o comportamento " Age de tal maneira, que essa tua ação pudesse ser tornada universal a todas as pessoas e em todos os tempos. Podemos exemplificar: Não devo mentir. Bem, posso aplicar essa regra a todas as pessoas do mundo? Sim, pois quando eu digo que ninguém deve mentir, crio um ambiente favorável a que todos digam a verdade e com isso teremos um maior entendimento de todas as coisas. E se eu colocasse como regra: Devo matar. Será que essa regra levada a cabo por todos os homens produziria algo positivo? Não, muito pelo contrário, apenas criaria caos sobre o mundo. Portanto a ideia do imperativo categórico é uma das perspectivas éticas mais importantes na história do pensamento humano. Por essa visão , devo agir pelo dever, e não por alguma motivação, ou sentido de recompensa. Mas ainda existe uma diferenciação entre agir pelo dever e conforme o dever. Para Kant , só existe valor ético na ação que é feita pelo dever, sem intenções, e não conforme o dever motivado por alguma recompensa ou resultado Um exemplo: Uma mãe ao ver seu filho se afogando salva-lhe a vida. Dentro da proposta kantiana, não houve valor moral porque no caso,existiu um motivo , pois era filho, havia vínculos. Uma ação pelo dever seria se, eu passando por um lago , observasse alguém se afogando, e sem ter motivo algum, a não ser meu dever moral, vou lá arriscando minha vida salvo o indivíduo.
Dessa maneira, acredito que seria possível nós seres humanos termos avançado nessas questões, pois temos base teórica, condições de executá-la, mas falta vontade política, e infelizmente a moral religiosa interessa aos governos porque a ética kantiana parte do pressuposto de uma boa vontade em um indivíduo autônomo, enquanto a moral religiosa prende o individuo em uma obediência cega, não dando-lhe autonomia e tornando-o presa fácil dos governos e mídias manipuladoras
Dessa maneira, acredito que seria possível nós seres humanos termos avançado nessas questões, pois temos base teórica, condições de executá-la, mas falta vontade política, e infelizmente a moral religiosa interessa aos governos porque a ética kantiana parte do pressuposto de uma boa vontade em um indivíduo autônomo, enquanto a moral religiosa prende o individuo em uma obediência cega, não dando-lhe autonomia e tornando-o presa fácil dos governos e mídias manipuladoras