segunda-feira, 28 de março de 2016

ESCRAVOS DO CONSUMO

Nossa civilização tem uma grande estima pelo conceito da Liberdade. Sempre, de uma forma ou outra temos usado essa palavra, seja para exaltar essa noção de Liberdade, quanto para afirmar que somos livres, porque podemos escolher.
Mas será de fato que somos livres? E se somos em que grau?
Um dos fundamentos dessa ideia é o conceito de livre arbítrio criado pela nossa cultura cristã. De acordo com ela , Deus nos criou para sermos livres através de nossas escolhas, e temos prova disso quando nossos primeiros pais escolheram o pecado ao paraíso. E atualmente podemos exercer essa liberdade através das escolhas que fazemos.
Mas esse livre arbítrio é contestável, porque o mesmo Deus que permitiu essa escolha, em outros pontos da narrativa bíblica demonstra que escolhe aqueles que irão ser salvos, em detrimento dos que irão para o inferno. Até mesmo essa questão do inferno deixa  claro a contradição desse conceito. Se obedeço, se faço tudo de acordo como que a Bíblia diz, serei contemplado com o Paraíso, caso contrário se for contra aquilo que Deus determina irei para o inferno? Me parece um livre arbítrio bastante determinado
Em relação a nossa pretensa capacidade de escolha na atualidade , isso também pode ser questionado. A ciência , através da ressonância magnética , consegue mapear a maneira como o cérebro reage e segundo alguns estudos, antes mesmos da escolha consciente, algo no cérebro( inconsciente?) escolhe por nós.
E ai entra também a questão da publicidade.... Porque ela, influencia e até determina a maneira como nos relacionamos com o mundo, com as pessoas com tudo a nossa volta. Os publicitários conhecem a alma humana, sabem criar necessidades a fim de fazer com que a pessoa, aja dessa ou daquela maneira.
Não pense você que ao comprar aquela TV de LED com imagem 4K, com funcionalidades que vão além de nossas necessidades, estamos exercendo nossa vontade. Criam-se necessidades a todo momento. Influenciam os nossos gostos, os livros que lemos, a Igreja que frequentamos, as ideias que temos, os políticos que votamos,  o amor que iremos escolher para as nossas vidas. Nos lançam em um mundo de consumo onde  somos meros escravos!
E isso prova então que somos marionetes da vida? Nem sempre.  Sabemos que na maioria das vezes somos marionetes de um sistema, mas através do pensamento crítico, da educação de qualidade,da leitura de livros que nos deem uma visão diferente do mundo, enfim é preciso deixar de ser arrastado por essa grande corrente de manipulação que é o nosso mundo. Mas depende de cada um essa mudança esse despertar"""

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