domingo, 8 de janeiro de 2017

O MELHOR DE TODOS OS MUNDOS













Algo inegável se coloca diante de nossos olhos: O mundo em que vivemos é extremamente complexo e exige de nós uma profunda reflexão. Embora possamos perceber que existem , nessa vida, situações maravilhosas, que mesmo sem dinheiro, podemos usufruir, como por exemplo admirar um belo por do sol, brincar com uma criança, estar diante do mar, na Natureza selvagem, olhar e sentir oa beleza e perfume das flores, ter bons amigos, enfim, a vida , as vezes é encantadora. No entanto, por trás desse encanto, subjaz um mundo cheio e repleto de violência, extrema competição, vinganças, homicídios, inveja, pobreza, morte.... Talvez, se fossemos colocar na balança, o mal, infelizmente estaria ganhando.
Fomos criados, pelo menos a maioria de todos nós, dentro de uma visão de mundo cristã, onde sabemos desde tenra idade que Deus, sendo Bom e perfeito, sempre quer o melhor para nós. 
Mas como conciliar essa ideia infantil, diante da situação em que estamos na atualidade, em que o mundo parece se dissolver diante de tantas vicissitudes, em que valores até então profundos foram sendo relativizados e deixados para trás?
Muitas são as explicações, talvez a mais plausível seja a de que, embora Deus seja perfeito e Bom e queira sempre o melhor para nós, deixou-nos com a liberdade de escolha, o famoso livre arbítrio. O mau uso desse livre arbítrio teria ocasionado as distorções que vemos em nosso Planeta.
Igualmente temos também uma ideia interessante de Leibniz filósofo e matemático que em seus escritos diz que Deus é bom e que dentro de todas as possibilidades que Ele como Deus onisciente, tinha diante de si, criou o MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS.
Voltaire , outro filósofo, menos otimista e mais cético, satirizou essa ideia , em seu livro Cândido, onde conta as desventuras de  um rapaz ingênuo acompanhado de um amigo filósofo Panglós que , assim como LEIBNIZ, repetia ao jovem " Apesar de todas as dificuldades que passamos, veja pelo lado bom, estamos no MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS. 
Sinceramente, não vejo com conciliar a questão da imperfeição do mundo, com a Bondade de Deus. Pela crença , posso até acreditar que Ele sabe todas as coisas e que existe um sentido em tudo de mal que acontece, mas logicamente tais argumentos não me convencem, parecendo incompletos. 
Mas a vida segue, e o que devemos fazer, na minha maneira de entender é sempre buscar experiências positivas que minimizem os sofrimentos desse mundo de sombras!!!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

QUEM PENSA EM NÓS?









Fomos acostumados desde tenra idade, a acreditar que somos uma identidade, um Eu. Ainda crianças, dependentes inteiramente de nossos pais, seres indefinidos, seríamos assim como extensões de nosso ambiente. 
O tempo vai passando e nos ensinam que temos um nome, pais, uma casa, um corpo , falamos e pensamos. Desse modo, cria-se pouco a pouco a noção de um Self que está em alguma parte de nosso cérebro.
Importante, no entanto lembrar, que já fomos muitos eus, afinal não existe mais aquela criança inocente que vivia para brincar, nem mesmo aquele adolescente cheio de sonhos e conflitos. Hoje nos tornamos adultos com responsabilidades, que entendem ser necessário constituir relações familiares, com amigos , enfim com a sociedade.
Diante disso, poderia perguntar: Se existe um Eu, onde ele estaria?
As religiões defendem que o ser humano é imortal, posto que tem uma alma, e essa alma seria o conceito que em psicologia conhecemos como Eu, e é exatamente essa alma e esse eu que passaria para o Além, ou seja qual for o lugar que habitaríamos
Posta essa observação, e diante das percepções que temos todos os dias, imaginemos que nossa alma , ou Eu, ou espírito, habite o nosso cérebro, visto que conseguimos pensar, refletir de maneira subjetiva, como se houvessem vozes dentro da nossa cabeça
Uma reflexão interessante foi proposta pelo neurologista Sam Harris, autor de um livro chamado Despertar.
Nele, o autor argumenta que existem situações em que é necessário fazer uma operação, principalmente em crianças que sofrem de epilepsia,onde os hemisférios cerebrais são desconectados. Acredito que todos sabem que nossos hemisférios cerebrais, o esquerdo e direito, tem funções específicas, trabalham em paralelo, mas também individualmente. O lado direito comanda o lado esquerdo do corpo e está ligado as emoções, a arte, a espiritualidade, enfim é o que nos torna humanos. Já o lado esquerdo, que comanda o lado direito do corpo, é analítico, racional, ligado a códigos, Matemática e principalmente responsável pela linguagem humana.
Ao separarem os hemisférios os médicos perceberam que o cérebro consegue trabalhar normalmente, pois há uma compensação em cada hemisfério em relação ao outro. No entanto o mais curioso nessa divisão cerebral, é que aparentemente cada hemisfério pensa de forma independente  Em outras palavras, existe autonomia em cada um deles. Isso levanta questões filosóficas, morais e religiosas muito interessantes e complica a resposta a pergunta que fiz acima : Onde está nossa alma dentro de nós?
Se respondermos que ela está no cérebro, então eu diria: Mas em qual hemisfério? Supostamente alguns  falariam que seria no esquerdo pois ele conseguiria verbalizar através da linguagem , no entanto  a pesquisa com o cérebro dividido mostra que o hemisfério direito, mudo, consegue através dos gestos comunicar seus desejos e pensamentos. A questão religiosa ficaria mais instigadora. Pelo víes cristão a alma que aceita Jesus será conduzida ao Paraíso, enquanto aquelas rebeldes irão para o Inferno. Mas diante, da pesquisa dos neurologistas, poderia acontecer, de que, o hemisfério esquerdo aceitasse a Cristo, mas o lado direito não concordasse. Como julgar moralmente que parte de nós decidiria? Qual delas iria para o céu ou para o inferno? É claro, que isso torna inviável  essas noções e aponta outros caminhos de pesquisa e reflexões! 

domingo, 4 de dezembro de 2016

NOVAS FORMAS DE MUDANÇA









Não nascemos prontos, mas no processo da vida, através dos acontecimentos e das escolhas que fazemos, vamos configurando nossa existência.
Igualmente não nascemos cristãos, nem muçulmanos, nem budistas... todas essas ideias são, aos poucos incutidas em nós por pais, amigos e professores.
Me lembro que até uns dez anos não torcia para nenhum time de futebol, até que um amigo , que  me identificava, veio brincar certo dia com uma camisa do Palmeiras. Foi o suficiente para a partir daquele momento me tornar um palmeirense. Hoje, ainda torço pelo time, acompanho o campeonato e muitas vezes defendo com paixão suas cores. Mas, as vezes fico imaginando, que  é uma bobagem, tomar para si uma ideia que não foi necessariamente uma escolha consciente, mas uma associação entre afinidades e emoções em relação a uma amizade.
Pertinente a religião, a família era católica, com um pé no Espiritismo. Diziam até que meu pai, que morrera prematuramente, deveria ter desenvolvido a mediunidade, e que como não o fez, foi precocemente recolhido para o Além.
Apesar de católico por tradição, dificilmente ia a Igreja, aliás nunca vi minha familia participando da Igreja.
Mas aconteceu algo muito forte, uma tragédia que modificou minha maneira de pensar a fé e a religião.
Em 1982, morava em Votorantim, interior de São Paulo, próximo a Sorocaba. Era um adolescente cheio de conflitos, de temores e incertezas... Éramos pobres, vivíamos de aluguel e ganhávamos pouco. O clima na família era desestruturado após a morte de meu pai, e pouco a pouco alguns irmãos foram casando e decididos a cuidar de suas vidas e ficamos no final 3 irmãos minha mãe e eu, de uma família de oito pessoas.
Assim, dentro de toda essa situação em fevereiro daquele ano, ocorreu uma tromba d'água na cidade e de repente, me vi sem casa para morar, sem roupas sem minha coleção de gibis que eu adorava, e até mesmo sem documentos. Em menos de meia hora as águas tinham levado tudo. Além das coisas materiais, foram rio abaixo sonhos, minhas esperanças e ideais Confesso que fiquei em depressão. Tinha então 17 anos.
Foi diante desse terrível acontecimento que me tornei protestante e assim comecei um novo período em minha vida, marcado por muita alegria no começo, onde tudo era novo, onde recebi atenção, carinho, acolhimento, mas que pouco a pouco foi se diluindo e tudo se transformou novamente em uma grande confusão e sofrimento.. 
Com o passar dos anos fui percebendo que minha "conversão" não passara de uma experiência emocional, embora em alguns momentos reconheço houve "eventos" que poderia acreditar que foram espirituais.
Mas em essência percebia, que pouco havia mudado de verdade. Isso porque mesmo sem ir a Igreja protestante, sempre fui um jovem sem vícios, introvertido, com pouca experiência de mundo, ou seja o Cristianismo pouco mudou em mim, porque em questão de vícios, vida permissiva, e afins eu simplesmente nunca pratiquei.
Aos 20 anos despertou uma curiosidade pela leitura, pelo conhecimento, e isso em todos os níveis. Lia psicologia, esoterismo, filosofia, e toda sorte de literatura. Começou a crise religiosa que se intensificou nos anos seguintes.
Percebo então que mudei superficialmente, e essa mudança teve um motivo externo: No meu caso, a enchente que me levou a uma depressão. 
Krisnamurth, ao qual eu me identifico muito, ensina que o ser humano normalmente muda por conta das coisas ruins ou extremas que lhe acontecem em vida. O fim de um relacionamento, a perda de um ente querido, a falência financeira, entre tantos dissabores. Mas todas essas mudanças ocorrem por conta de acontecimentos exteriores, ou seja, de fora para dentro.
Em suas mensagens ele deixa bem claro que essas transformações são superficiais, que a verdadeira mutação deve ocorrer de dentro para fora.
E como ocorrem essas mutações? Na ideia dele, quando passamos a perceber tudo ao nosso redor, coisas simples como a maneira como agimos, falamos, nos comportamos, a forma como nossos pensamentos passam pela nossa mente, nossos sentimentos e emoções, a maneira como trato minha esposa, meus filhos, meu chefe, meus amigos... enfim todas essas nuances... quando eu começo a perceber tudo isso, todo esse imenso fluxo do que é viver, então eu resgato uma energia preciosa que estava sendo gasta em um viver condicionado. Essa imensa energia que todos nós temos, mas é dissipada pelo conflito, pela maneira condicionada que vivemos , quando ela se reorganiza e se torna acessível ao cérebro, então ocorre uma grande mutação, de dentro para fora, a verdadeira transformação.
Portanto, acredito que todas essas experiências que temos como a religião, os acontecimentos bons ou ruins que nos ocorrem, são importantes, mas insuficientes para uma mudança. Ela precisa vir de dentro, e assim influenciar todo o nosso entorno! 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A IGNORÃNCIA E O MAL!

O Cristianismo ensina que o mal é algo externo a nós, que não é em si um mal absoluto, enraizado radicalmente na existência, mas produto de um ato criador que se desfigurou e enveredou por outros caminhos.
Lúcifer foi uma experiência que não deu certo do ponto de vista da Criação... Mas afinal, nem o ser humano parece ter dado certo.
O Budismo, em meu modo de ver é mais coerente, porque ensina que a origem do mal não é externa , não existe um ser que engendre em nós o desejo de errar. O erro nasce de dentro , de nossa incapacidade em perceber nuances, em fazer julgamentos, em conhecer. O mal é a ignorância Pensando por esse prisma, o mal nem existe, não existem pessoas más, todos são bons, mas a ignorância nos torna maus. Mas a ignorância em si não é um mal metafísico, mas uma falha do processo de perceber, pensar e refletir. Portanto quando eu me empenho em compreender o mundo ao meu redor, buscando coerência, seguindo um modelo evolutivo, me capacito a vivenciar outros valores e insights. 
Portanto, acredito que precisamos de bons modelos, e quando falo bom, não estou me referindo especificamente a questões morais, mas a referências que me conduzam a uma evolução de pensamento. Quando um artista pinta um quadro, ele busca referências, dentro de sua Cultura, da Natureza ou em seu espírito para criar uma obra que produza esclarecimento nas pessoas. 
Assim, em meu modo de perceber o mundo entendo que precisamos elencar referências positivas constituídas em si de valores que construam uma civilização que reflita, que busque perceber a Vida de diversas maneiras, com uma qualidade em seus modelos.
O que temos percebido na atualidade é que se perderam referências, modelos evolutivos , que foram substituídos por subjetividades, por gostos duvidosos, por uma democracia ( não apenas no sentido político) que permite que tudo seja considerado verdadeiro, belo e bom!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

FAZENDO O MELHOR DE CADA MOMENTO






Estamos acostumados a viver em um mundo onde fazemos escolhas e através dessas escolhas procuramos vivenciar os nossos momentos, e de preferência que sejam bons momentos. Afinal, somos sete bilhões de pessoas no mundo, e se existe algo que a maioria persegue é a ideia da felicidade.
Mas é claro, que todos sabem que não é fácil fazer escolhas, que nos levem sempre a viver bons momentos.
A vida é difícil , está cheia de contingências e acasos, que estão muito além da nossa racionalidade. Podemos até tentar prever as incertezas que virão , mas sempre ficarão variáveis impossíveis de serem percebidas. Quem sabe se tivéssemos um computador quântico conseguiríamos equacionar todas as possibilidades e fazer as melhores escolhas e assim viver as melhores situações?
Nietzsche filósofo que "martelou" a maioria dos valores morais da civilização ocidental fez uma provocação interessante: Pelo seu conceito de eterno retorno, sendo o Universo finito e fechado, e sendo o tempo infinito, viveríamos as mesmas situações, as escolhas,  e possibilidades  eternamente.
Talvez alguns de nós desavisados ficaríamos felizes , porque então poderíamos escolher nossos momentos mais intensos e eterniza-los em nossa vida... mas esperem ... o filósofo do martelo  propõem que além de eternizarmos os momentos mais felizes e intensos, também no pacote, abraçássemos nossos piores momentos, nossas mediocridades, nossa pequenez e a isso chama de amor fati, amor pela vida como ela é , com seus altos e baixos.
Posso inferir a partir desses postuladoss que existe uma ética profunda nessa maneira de ver o mundo, pois ao compreender que tudo se repetirá indefinidamente diante do tempo, em cada atitude, em cada escolha, preciso fazer o melhor, ir em busca da excelência em cada gesto,  palavra,  e prática, afinal conviverei com isso eternamente.

terça-feira, 7 de junho de 2016

PENSAR DÓI




Terminei meus estudos do Ensino Médio em 1992, na Escola LICEU PEDRO II em Sorocaba , SP, pois infelizmente , por alguns problemas pessoais, parei de estudar no primeiro ano 
colegial, quando morava em Votorantim, e provavelmente isso ocorreu, se não me falha a memória por dois motivos:
O primeiro deles pelo fato que no ano de 1982, tivemos uma tromba d!água na cidade , e com isso a situação da minha família ficou complicada , situação que nos levou a mudar do bairro com medo de novas enchentes.
 O outro motivo, um pouco melhor, aconteceu de naquele momento de aflição e tristeza e muitas incertezas, eu comecei a frequentar a Igreja do Missionário, Cruzada Nacional da Evangelização e hoje conhecida como Igreja do Evangelho Quadrangular. 
Certamente os dois motivos não eram suficientes para que eu tivesse tomado aquela atitude de parar de estudar, creio que faltou   uma posição mais forte de minha família, que nessa época já era constituída apenas de minha mãe e mais três irmãs.
Depois de muitos anos voltei, em escolas estaduais, mas tinha grande dificuldade em acompanhar as aulas, que reconhecia serem maçantes.
Resolvi, portanto, para tentar recuperar um pouco do tempo perdido fazer supletivo e em um ano e meio consegui a aprovação.
Conheci nas aulas, um aluno com o nome de Renato, e acredito que ele deveria usar  maconha, não sei exatamente, mas  destoava dos demais, por comportamentos e algumas colocações que fazia.
Uma delas, toda vez que o Professor falava para estudar ele dizia: Pensar dói. 
Era, de fato, uma frase que achávamos engraçado e ríamos.
Hoje, passados mais de 20 anos do ocorrido, recordo-me do episódio e constato que de fato o Renato estava com a razão.
Pensar dói.  E essa dor é causado porque para pensar preciso movimentar as minhas ideias, dissolver algumas, colocar outras em choque, entrar em contradição comigo mesmo, reconhecer que estava errado.... Tudo isso fere o ego.
 Neal Gabler, da Universidade do Sul da Carolina escreveu um texto no New York Times, onde aponta a mesma situação:  pessoas não estão pensando, mas simplesmente colhendo informações e repassando-as para se manterem a  tona, para se sentirem importantes dentro do seu circulo de influências. Com o advento das redes sociais isso se intensificou e hoje temos uma imensa quantidade de informação, não sendo mais possível um processamento adequado.
Já não existem tantas ideias revolucionárias  que mudam o mundo como Freud, Einstein e Marx, porque segundo o autor, o sistema capitalista aposta apenas em propostas que gerem lucro descartando as demais. .
E todos nós, em geral estamos engessados no conforto do senso comum, de evitar raciocínios mais elaborados. 
As vezes fico até a pensar que a capacidade mental da sociedade está diminuindo, não na questão genética, mas culturalmente, nas escolas, nas Universidades, onde parece existir pouco debate, e cada vez mais certezas e ideias prontas.
Certamente que debate no País é algo quase inexistente, que os diálogos que Platão nos ensinou na prática em sua filosofia, pouco sejam conhecidos, porque na maioria das vezes o que vemos são discussões acaloradas onde cada um procura com técnicas de oratória, com persuasão, invalidar o outro. Não o argumento de seu adversário, suas ideias, mas exatamente a moral, o caráter a capacidade que o antagonista teria para ter aquele pensamento.
E tais situações vão se refletindo dentro das demais instituições e vão empobrecendo o conhecimento.
De fato meu amigo Renato, até mesmo sem querer , conseguiu expressar uma grande verdade PENSAR DÓI!!!

quinta-feira, 2 de junho de 2016

MUDANÇA OU TRANSFORMAÇÃO?


A maioria de nós já ouviu a metáfora da lagarta que depois de um longo processo se transforma em borboleta, e certamente isso fala muito conosco, pois dá uma dimensão clara do que significa mudança.
Mas o que seria mudança? Nesse caso específico seria mudança de forma, ou seja, uma lagarta que a principio nos dá uma certa repugnância pelo seu aspecto, pouco a pouco vai deixando aquela aparência rústica e nos encanta com a leveza das asas da borboleta.
De um aspecto   indesejável a  uma bela estética, de uma aparência pobre de recursos, para uma forma leve, radiosa, e geradora de sentidos e alegrias.
Também mudamos... e quantas mudanças já aconteceram em nossas vidas. Desde o nosso nascimento, ainda bebés, todo o nosso físico, e a nossa estrutura psicológica foram se adaptando e se formatando aos momentos pelos quais passamos.
Até que chegamos a fase adulta, onde aparentemente nos tornamos mais "sólidos", mais comprometidos com uma identidade que sentimos prazer em ostentar.
No entanto, há vida exige muito de nós, e em vários momentos é necessário que tomemos consciência que é preciso uma revolução.
Até que ponto essas transformações significam mudanças internas, ou  somos como a borboleta que mudou apenas de forma?
Quantas vezes mudamos de ideias, para apenas outras ideias, de crenças para outras crenças, de condicionamentos para novos condicionamentos.... Não há nesse processos um aprofundamento, insights que transformem nossa psiquê, e reformulem de verdade nosso interior.
Metanoia é outro principio grego que também se refere a mudança, mas não de forma, e sim psicológica, no nosso interior, de dentro para fora.
Particularmente sou uma pessoa que leio bastante, de vários estilos desde Psicologia a Filosofia e autoconhecimento. Percebo que detenho conhecimentos básicos em muitas áreas do saber , que me dão condição de conversar de maneira competente por diversos assuntos.
No entanto, quando durmo, tenho observado que a pessoa que habita nesses mundos noturnos, parece um adolescente, com carências,  modelos de pensar, maneiras de resolver questões, baseadas em um homem que não sou mais, embora sempre acreditei que o conhecimento que detive pudesse realmente ter me transformado.
Assim percebo, que apesar do verniz , apesar de um grande conhecimento, permaneço, no mais profundo da minha alma, com um núcleo muito inconstante , como se o eu que existe no sonho não foi alcançado pelos inúmeros  livros que  li enquanto eu consciente.
Me parece que a maioria de nós, apesar de tanta leitura, de a grande maioria ser cristão, ou mesmo professar outras filosofias, de tantos estudos e artigos sobre autoconhecimento, ainda continuamos com a alma intocada!

FESTA JUNINA!

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasile...