terça-feira, 17 de maio de 2016

A CERTEZA DAS INCERTEZAS





Quantas vezes você já ouviu  estórias , de pais ou mesmo avós que contavam que entraram trabalhar como  Officeboys nas empresas, e pouco a pouco foram ganhando espaço até chegarem a um cargo importante ou mesmo de chefia? E que igualmente trabalharam em uma única empresa pela vida inteira? No entanto, atualmente as situações parecem que não caminham nesse sentido.
A modernidade foi inaugurada, segundo os pensadores, pelo filósofo   Rene Descartes, porque ele de certa forma descolou o pensamento filosófico da idéia religiosa que  dominava a mente das pessoas na época e ai passamos a escutar o termo cartesiano,  que é um pensamento que começa , tem meio e fim... é um pensamento linear.
Então vivíamos em um mundo , basicamente linear, onde era possível planejar certas situações e passo a passo ir acompanhando os fatos, e dentro de um espaço razoável obter os resultados que plantamos .
Mas não vivemos mais nesse mundo, ou se formos mais otimistas, estamos praticamente em um grande processo de transição.
O que temos hoje em dia é uma sociedade extremamente flúidica que transfere essa velocidade de ações, de pensamentos, de fatos para todos as  dimensões do tecido social.
Família não é um conceito , como o conhecíamos a alguns anos atrás, a chamada família nuclear, onde o homem era o centro de todo o gerenciamento. Hoje temos famílias , uma grande maioria liderada pelas mães, avós, irmãs mais velhas, tias.... enfim é uma instituição totalmente transformada,
Os relacionamentos  eram  mais sólidos do que atualmente. É certo que temos que levar em conta o fato  que o feminismo mudou a maneira como a mulher se enxergava como pessoa e dentro das relações, mas a questão é que  os contatos hoje em dia são extremamente instáveis e sabemos por pesquisas que os casamentos em média tem durado 3 ou 4 anos  .
O trabalho não está diferente, haja vista que ao pegarmos a Carteira Profissional de um jovem, ali veremos diversos registros que no mínimo tem um ou dois anos de duração, e uma rotatividade muito grande.
Atualmente, quando escrevo essas linhas estamos com uma lei para ser votada no  Congresso que flexibiliza a CLT, o que deveríamos ,colocando em outras palavras, dizer que ela praticamente não existe mais,

Na década de 20 um cientista chamado   Heisenberg

cunhou um princípio que veio a ser conhecido como princípio da incerteza. Por esse postulado, ao medir um elétron era impossível saber ao mesmo tempo sua velocidade e sua posição. Teríamos assim que nos contentar em saber, ou o lugar em que se encontrava, ou a velocidade que estava.

Assim, conhecemos a incerteza, uma situação onde igualmente não podemos ter segurança e ao mesmo tempo certezas. É insuficiente e termos uma Universidade, estudos, um amor, uma família... tudo pode, de repente se desmanchar no ar....Qual a melhor atitude em momentos assim.... quais estratégias preciso ter para viver em uma sociedade onde a incerteza é a única certeza?

sábado, 14 de maio de 2016

AMOR É CHAMA SEM FUMAÇA


Falamos muito em amor, e de certa forma a maioria de nós persegue esse sentimento, afinal quem não quer ser amado?
Podemos comparar as palavras como se fossem cestos onde vamos depositando os sentidos e vão se passando os anos, e aquele conceito começa a receber os mais diversos significados e pouco a pouco se torna difícil tentar defini-lo. Da mesma forma as vezes a palavra é tão usada, tão citada que seu significado começa a ficar desgastado.
Com o amor acontece isso. Amar para muitos é significado de falta como na conversa de Sócrates e seus amigos no Banquete de Platão. Falta porque só amamos o que não temos, o que desejamos Na medida em que adquirimos o que queremos, esse amor e esse desejo se esvaem. Podemos dar o exemplo de uma criança que quer apaixonadamente um brinquedo. Enquanto não o tem, chora, demonstra toda a sua ansiedade e insatisfação a seus pais. Mas no momento em que recebe o presente, e com o passar dos dias, aquele amor vai se dissipando, e logo veremos o brinquedo jogado num canto, e assim começa a se amar outro objeto e o ciclo se mantém.
Há os que enxergam o amor como incompletude, como busca pela  outra metade, conceito esse também discutido no Banquete e que se refere ao mito dos andróginos. Nesse mito homem e mulher existiam em um mesmo corpo, mas por ira dos deuses foram separados.... assim a busca eterna pela união perdida.
Os amantes pensam o amor como união perfeita entre pensamentos, corpos, atitudes e esperanças. Um amor que se apropria do outro, que possui a alma amada e a quer somente para si.
Os religiosos acreditam no amor ao próximo, um amor que se projeta no cuidado do outro.... há ainda o amor de mãe, o amor a nossos objetos, o amor as causas políticas , as grandes amizades....
No entanto, se analisarmos de maneira mais profunda todas essas formas de amor, vamos percebendo que algumas são na verdade apegos que desenvolvemos pelas pessoas e objetos.
Esse apego , vai se tornando a cada dia mais arraigado, ao ponto de gerar emoções negativas. 
Krisnamurthi pensador e místico , em um de seus ensinamentos nos diz que o amor é uma chama sem fumaça.
Para ele, o sentimento em questão é fruto do pensamento, visto que o pensamento é material, está situado no tempo e o amor, está fora do tempo não é produto do cérebro, que é um mecanismo que registra  sensações e o amor pregado por Krisnamurth não é uma sensação, mas um estado de Ser, que não pode ser adquirido, nem mesmo cultivado... simplesmente nasce em nós. 
Todavia, estamos acostumados a ter apenas a fumaça... ciumes, apego, insatisfação, ódio, e nossas mentes estão repletas dessas emoções.
Amor é como uma flor plantada a beira do caminho.... ela não pensa em oferecer aquele aroma apenas a algumas pessoas que passam por ali... seu perfume é para todos!!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O QUINTO ELEMENTO




Olhando o mundo atualmente, verificamos que aparentemente, o caos, a desordem, a desarmonia e o desamor imperam, apesar de saber que existem boas práticas em todos os lugares 
 Talvez essa visão seja fruto de uma imersão a que somos expostos pela mídia de notícias de roubos, estupros, assassinatos e corrupção.
Sabemos  que a história da Humanidade não é muito diferente. Desde o aparecimento do homem no Planeta temos presenciado momentos de intensa violência, no entanto não havia a mídia  impressa e as redes sociais para nos inteirar dessa brutalidade.
Sempre houve teorias sobre essa questão das origens dessa situação caótica em que o mundo está inserido, talvez a mais conhecida seja o paradigma cristão, que ensina que pecamos e que esse pecado gerou uma disfunção muito grande em tudo, seja nas sociedades que criamos como na própria Natureza. Como ensina o primeiro capitulo do Livro  de Romanos , Novo Testamento, não só o homem se corrompeu... a própria Natureza está a cada dia se deteriorando.
Há no entanto outras visões. Dias atrás assisti a um filme , se não me engano de 1997, intitulado, o Quinto Elemento. No enredo é retratado a história de quatro pedras que são deixadas na Terra e representam as raízes da formação do Universo: Uma era formada pelo elemento Terra, a outra pelo elemento água, outra pelo elemento fogo e finalmente a outra pelo elemento ar. Essas pedras deveriam ser protegidas pelos humanos, da influência de seres com intenções malignas. Havia uma personagem que daria a ativação a essas pedras e livraria o mundo das forças do Mal restaurando o equilíbrio perdido. Era representado por uma bela jovem, e pura. 
A película em questão nos remete, a uma pensamento defendido por um filósofo pré socrático que viveu entre os séculos VII e VI A.C, e seu nome era Empédocles.
A filosofia de Empédocles tentava conciliar as ideias   de Heráclito que dizia que tudo se transformava ( o amor) contra Parmênides que dizia que tudo era estático ( os quatro elementos) Por essa teoria havia 4 materiais: terra, água, fogo e ar. Eles, ao se misturarem se transformariam em todas as coisas que conhecemos. Mas para que houvesse ordem e harmonia era preciso um quinto elemento. O amor. Era através dele que haveria o equilíbrio entre todas as coisas. Mas havia também uma força contrária, a discórdia. Quando ela preponderava sobre o mundo haveria caos e desordem.
Talvez  , na existência atual nos distraímos ao guardar as nossas raízes, os nossos princípios e eles caíram em mãos erradas. Assim, as forças da discórdia transformaram nossos princípios e valores em grande caos e ´confusão. 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

A VIDA FORA DO LUGAR



Ainda hoje ouvimos falar que devemos descobrir nossa missão, e depois que descobrirmos seremos felizes pois estaremos realizando aquilo pelo qual fomos criados.
Esse tipo de pensamento é muito comum em livros de auto ajuda que além dessa proposta trazem outros clichês como aquele “ siga o seu coração”
De onde virá essa idéia de que cada ser humano tem um lugar, tem um encaixe?
Talvez possamos viajar ao passado até a época de Aristóteles filósofo grego, que foi um dos maiores pensadores de nossa história.

Para ele todos  temos um lugar, uma missão e uma finalidade nesse mundo, e por isso precisamos descobrir esse lugar e nos “encaixar”
A idéia de Aristóteles é que vivíamos dentro de um Kosmos, um Universo finito , e perfeito.
No entanto essa concepção grega não  era para todos  , mas apenas para os bens nascidos, por isso  diz-se que era uma idéia aristocrática, porque no ideal grego, não somos todos iguais, muito pelo contrário, somente alguns teriam a virtude de receber os melhores dons.
Essa idéia de igualdade no sentido de escolher o que vou fazer com aquilo que a Natureza me dá, veio com o Cristianismo
Nessa nova visão de mundo, não há mais lugar para a virtude , enquanto busca do homem pela excelência em si através da Natureza, mas pelo contrário, a nova regra dizia que o mais importante era a vontade, a fé, a individualidade de cada um de ao tomar atitudes modificar a sua existência. Então já não há um homem que se encaixa em um único modelo, mas a possibilidade existencial desse homem ter muitas opções em ser, embora saibamos que apesar dessa liberdade existencial, isso não acontecia em relação a política e a área social.
Na atualidade, podemos perceber muitos discursos onde se valorizam os talentos: os mais inteligentes, os mais fortes os mais belos. Isso está presente em nossa  sociedade ... No entanto também ha espaço não apenas para aqueles que tem talento, mas os carregadores de piano,  pessoas que se superam através de seu esforço e de seu trabalho.
Pelo que eu entendo da Modernidade, a vida não teria uma finalidade, um sentido definido, mas nós pouco a pouco com nossas atitudes, com as habilidades que vamos desenvolvendo e com nossa força de vontade poderemos moldar uma existência possível, onde não conseguiremos ser felizes sempre, mas com certeza teremos um equilíbrio entre angústias e momentos de alegria.!!! Nesse sentido a vida está fora do lugar, porque na verdade ela nunca  esteve em um  lugar, portando está em sua posição ideal!!!

I

domingo, 3 de abril de 2016

PROPOSTAS DE FELICIDADE

A Psicanálise de  Freud   é um  dos pilares da nossa maneira de perceber o ser humano.
Para o  médico austríaco, somos um conjunto de desejos, de forças e impulsos e assim  muitas vezes estranhos em nossa própria casa.
Um dos  conceitos mais importantes do pensamento freudiano  é o princípio da realidade, do prazer, e o princípio da morte, Tanatus. Eros contra  Tanatus.
Essa idéia ensina que temos um impulso para a vida ,para as realizações, para o amor,para tudo que seja positivo, mas lutando contra isso há uma força contrária,o impulso para a morte, que quer nos levar para a inatividade, para o relaxamento, para o descanso. E invariavelmente Tanatos termina por se impor a realidade humana.
Também na idéia da Psicanálise , a Cultura só pode existir devido ao cerceamento do desejo, e esse desejo não pode ser satisfeito em sua inteireza, é preciso o recalque,  essa energia provocada pelo estancamento do desejo é o que produz nossa Cultura. Portanto para Freud  prazer e desejo são negativos,  uma maneira de criar a vida baseada no amansamento do homem, pois segundo ele não é possível ao homem ser feliz e ao mesmo tempo fazer Cultura.
Percebemos assim, na Modernidade, uma mudança nessa estrutura de pensamento, onde aparentemente, o ser humano tem buscado viver pelo prazer, liberar seu  desejo,tentar através desse impulso primordial ser feliz. Mas a maneira como está sendo direcionado esse impulso, esse desejo latente em cada um , igualmente está  tirando o melhor de nós, porque os líderes mundiais, tem “colado” a noção de prazer e desejo ao consumismo, ao obter as mais modernas tecnologias, que irão nos libertar , que supostamente irão saciar nossos mais íntimos desejos, pelo contrário, tem nos levado a um consumismo e  conformismo preocupantes.
Então, tínhamos no modelo anterior,um  ser humano que poderia realizar uma parte de sua potência, mas precisaria recalcar a outra , para criar a Civilização, um amansamento dos impulsos, para que pudesse haver vida em sociedade, e atualmente outro  modelo que parece soltar as amarras que nos prendiam, liberar o desejo para nos dar a felicidade. Mas essa liberação foi feita de modo, a direcionar o desejo criador,para um desejo de consumir, tirando as capacidades do ser humano de se realizar de fato.
Existiria um  outro modelo possível de ser humano? Como poderíamos finalmente nos emancipar e sermos de fato felizes?

sábado, 2 de abril de 2016

AS MATRIZES DO NOSSO PENSAR!

Pouco percebemos, mas a maioria das ideias que temos a respeito da Vida, da sociedade, da Política, das Ciências enfim de todo o contexto em que existimos  provêm basicamente de três filósofos ocidentais: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Esses filósofos propuseram uma nova maneira de pensar, diferente dos pré - socráticos que inquiriam sobre a physis, origem do Universo,  a Natureza e suas causas. 
Sócrates para se ter uma ideia , retirou as questões propostas pelos seus antecessores, do mundo exterior, para a subjetividade humana. Segundo o filósofo, importante era uma vida bem examinada, pois sem essa análise essa vida não valeria a pena. Também fundamental é conhecer os conceitos em sua essência, pois como vamos escolher algo se não temos uma visão clara sobre o assunto? Usando ironia e um método de perguntas dialéticas, Sócrates propunha retirar de dentro das pessoas o conhecimento, pois conhecemos, mas não nos lembramos. Essa proposta é chamada teoria das reminiscências, e Platão informa que nossas almas antes de estarem em nosso corpo, contemplaram as ideias perfeitas. Mas no processo de entrada para a Vida humana essas almas esqueceram-se de tudo  e esse conhecimento estava adormecido na psique. Caberia aos filósofos, a arte de trazer o conhecimento novamente a tona e isso se daria pelo raciocínio, pelo pensar.
Platão nos coloca a questão da dualidade, isto é, o mundo é feito de duas realidades, a sensível e a  inteligível. Estamos inseridos em um mundo dos sentidos e esses nos enganam, não sendo possível  uma compreensão correta das situações usando a experiência como farol. Somente conheceremos a Verdade pela Razão e através dela alcançarmos o Mundo das Ideias, das Formas Puras, , verdadeiro mundo. Esse Platonismo filosófico foi adaptado pelos padres da Igreja, principalmente Agostinho para um paradigmao que começa a dominar a Humanidade depois da Queda do Império Romano: O Cristianismo.  O raciocínio  é que igualmente ao Platonismo, há duas realidades: Vivemos em um mundo sensível, onde estamos sujeitos a diversas vicissitudes, mas existe um mundo Perfeito, feito por Deus, a Ideia Suprema. Como em Platão, nossa alma também é dotada de apetites, mas existe a parte mais nobre( espírito) onde podemos acessar as Verdades eternas. Nessa concepção, assim como em Platão, o corpo é o grande vilão da história, responsável por uma série de imperfeições.
Aristóteles diferente de seu Mestre Platão, valorizava  os  sentidos, acreditando que as ideias não estavam  no além, mas sim dentro das próprias coisas, em essência. Dessa forma, o filósofo é o responsável pelas práticas modernas na Psicologia, Biologia e outras ciências atuais.  A ética também foi uma área muito trabalhada  tendo o mesmo escrito um livro, dedicado a seu filho Nicômaco.
Assim , as matrizes de nosso pensamento são praticamente devidas a esses três grandes pensadores da Antiguidade.
Mas fico a imaginar que ,e se assim não fosse? E, se ao invés desses pensadores, tivéssemos escolhido a Epicuro, a Espinosa e  Nietzsche?  Bem, esse é um pensamento que pode ser debatido em um outro post, mas com certeza, teríamos um mundo muito diferente do que temos hoje!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

SOMOS TODOS MUITO BONS

O psicólogo Willian James afirma que uma das necessidades mais importantes para o ser humano é ser apreciado. Creio que isso tem início quando ainda estamos nos formando como seres humanos, e pais procuram forjar em nós a melhor imagem possível que teremos no futuro. Nessa tenra idade, somos mimados ao extremo( salvo exceções) e tudo que fazemos normalmente é elogiado pelos progenitores e mesmo nossos fracassos são minimizados.
Certamente isso cria um ego extremamente exigente por aceitação, e muito frágil em relação a crítica, frustrações e opiniões contrárias aquilo que acreditamos.
Nossa cultura também inflaciona nosso eu, ao afirmar que somos a coroa da criação, imagem e semelhança de Deus,  o que talvez seja a origem da nossa pretensa arrogância em dominar e explorar a Natureza, derrubando árvores extinguindo espécies e acreditando que  o Planeta está ai para nos servir Nas Igrejas atuais temos vistos ensinamentos que dizem que devemos exigir de Deus, devemos "colocar Deus na parede" até conquistar o que é nosso por direito. É uma espécie invertida de Evangelho, onde o Criador está a serviço da criatura, como o gênio da lâmpada.
Em pesquisas feitas sobre personalidade as pessoas são inquiridas sobre suas qualidades e defeitos:, e os principais defeitos que temos são: Perfeccionismo! Ninguém chato, invejoso, desonesto,arrogante, malicioso,indolente... somos todos bons demais!!! Esse é o nosso defeito!!!

FESTA JUNINA!

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasile...