sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O RATINHO QUE QUERIA VOAR

 

O ratinho que queria voar

    O ratinho tinha descoberto que os pássaros possuíam a faculdade de voar e desejava poder imitá-los. Que fantástico seria poder voar bem alto, de uma forma tão rápida e suave, e ver o mundo a seus pés! Passava as horas a contemplar o esvoaçar dos passarinhos, cada vez mais obcecado com o sonho que sua mente tinha criado.

    Assim, cheio de entusiasmo, começou a colecionar penas soltas, que encontrava espalhadas sobre a erva do campo. Rapidamente juntou uma quantidade suficiente delas para dar um novo passo em seus planos. Com essas penas, construiu duas pequenas asas, subiu ao ramo mais alto de uma árvore e, abrindo suas asas, lançou-se no ar, disposto a voar.

    Vejam só o que aconteceu. Nosso ratinho caiu de focinho no chão. Que queda espetacular! Quando recuperou os sentidos, verificou que tinha partido duas patas e numerosos dentes. Foi milagre não ter morrido.

    Durante sua longa convalescença, o ratinho pensou no que lhe acontecera e compreendeu que tinha feito mal ao tentar voar como os pássaros. Agora, que não podia utilizar suas patas porque estavam engessadas, teve saudades do prazer de correr, saltar, andar, brincar e poder aproximar-se de um belo queijo para trincar, ou apanhar pinhões, ou… tantas outras coisas!

    Com o tempo, o ratinho curou-se e pôde voltar a correr. Estava contente com as patinhas que a Natureza lhe tinha dado. Os pássaros que ficassem com o céu, pois ele já tinha muito com que viver sobre a terra! A partir dessa experiência, o ratinho foi muito mais feliz.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

FOLCLORE E LENDAS URBANAS EM SOROCABA

 Neste mês em que é comemorado o Dia do Folclore — cuja data oficial f 22 de agosto — o Cruzeirinho lembra de alguns mitos e lendas. No domingo passado falamos sobre o saci, o curupira e demais personagens da cultura brasileira. Hoje é a vez de abordar o folclore de Sorocaba. Aqui na cidade, alguns acontecimentos ficaram marcados como os casos da boneca Xuxa, da barata gigante e ainda a recepção aos ETs no Morro da Mariquinha. [Uma dica: só continue lendo se tiver certeza que não ficará com medo. Mas se quiser prosseguir, então respira fundo e vamos para os fatos].

O historiador e pesquisador sorocabano Carlos Carvalho Cavalheiro, autor do livro “Folclore em Sorocaba” lembra que a boneca Xuxa assustou muitas crianças. O caso está completando 30 anos. Acompanhe: no passado, lançaram uma boneca réplica em miniatura da Xuxa, apresentadora de televisão, que tinha um programa infantil, sucesso entre as crianças. Ter uma dessas era o sonho de muitas meninas. Diz a lenda que uma garotinha pediu a boneca para sua mãe e, sem dinheiro, a mãe disse que só compraria se o diabo ajudasse.

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Folclore de Sorocaba é povoado de mistérios
Em 1989, a população ficou com medo da boneca da Xuxa. Crédito da foto: Divulgação

Inexplicavelmente, no dia seguinte a mãe conseguiu o dinheiro e deu a boneca para a menina. Ela dormiu com o brinquedo e acordou toda arranhada. Um detalhe: as unhas de plástico da boneca foram encontradas com manchas de sangue! Há quem acredite que a boneca chegou a matar a criança com as unhas. Um verdadeiro horror. A mãe, então, teria levado a boneca à Catedral Metropolitana para exorcizar o brinquedo.

Essa história se espalhou e assustou muita gente, aí uma multidão foi até a igreja no dia 9 de novembro de 1989 para ver a boneca e saber se o padre conseguiu exorcizar. O monsenhor Mauro Vallini precisou fechar as portas do local para minimizar o tumulto. Ele chamou a imprensa e disse que tudo não passava de boato. Isso tudo foi noticiado pelos jornais da época, inclusive o Cruzeiro do Sul. Até hoje muitas pessoas lembram do caso.

Tipos populares

Folclore de Sorocaba é povoado de mistérios
A lendária Alzira Sucuri. Crédito da foto: Arquivo JCS

Carlos Cavalheiro também lembra dos tipos populares. “São personagens do povo, conhecidos por estarem presentes na paisagem urbana. Sorocaba sempre contou com esses personagens como a Alzira Sucuri e a Maria Picareta, entre tantos outros”, afirma. “Sobre eles se criam histórias, enfim, todo um imaginário se constrói em torno dessas figuras, por isso acabam sendo consideradas personagens, como uma espécie de folclore”, complementa o historiador.

Alzira Sucuri ou Alzira Louca era uma mulher que andava pelas ruas da cidade falando que tinha sido noiva e foi abandonada no altar. Os seus noivos eram pessoas da alta sociedade, segundo as suas histórias. Ela costumava xingar os moleques que a chamavam de sucuri. Quando via um casal de namorados, já falava: “Casar que é bom ninguém quer”. Foi, por muitos anos, interna do Hospital Psiquiátrico Jardim das Acácias.

Já sobre a Maria Picareta, conforme Carlos, diziam que era muito trabalhadora e uma grande cozinheira, empregada pela Família Grohman. Andava enfeitada de bijuterias e joias falsas, acreditando ser rainha. Já idosa, perambulava pelas ruas da cidade até que foi viver no Lar São Vicente de Paulo.

 

Atualmente, diz Carlos, Sorocaba continua tendo os seus tipos populares. “Até há poucos anos havia o João da Bike, que andava com sua bicicleta exageradamente enfeitada com luzes, buzinas, pisca-pisca, adesivos, fitas coloridas. Era comum vê-lo ainda no começo dos anos 2000”, recorda.

Outro tipo popular da atualidade chama a atenção por sua vestimenta, que lembra a de um super-herói. “É um homem que prefere o anonimato, mas sai de bicicleta à noite, vestido todo de preto e com o rosto encoberto”, descreve Carlos.

O principal é saber que todas essas histórias povoam o imaginário da população, seja causando medo, curiosidade ou ajudando a ter mais cuidado com o mundo, afinal pode ser que surja algum perigo pela frente, então temos de estar preparados.

Barata gigante na rede de esgoto

Folclore de Sorocaba é povoado de mistérios
A baratona é um crustáceo da família dos Bathynomus giganteus. Crédito da foto: Divulgação

Há cerca de dez anos, uma barata gigantesca foi encontrada por um funcionário que fazia a manutenção da rede de esgoto. Esse trabalhador teria sido mordido na perna pela baratona, que media cerca de 60 centímetros e pesava uns 5 quilos! Por causa da mordida, ele levou três pontos na perna.

Na época, diziam que era um bicho nunca visto antes. Depois de um tempo, o fato acabou sendo esclarecido, só que a lenda ficou.

A “baratona” existe de verdade, mas não é um inseto como as baratas terrestres, e sim um crustáceo, da família dos Bathynomus giganteus. É parente do camarão e da lagosta e da baratinha-da-praia. É um animal marinho encontrado no mais profundo do oceano. No museu de zoologia do Zoológico de Sorocaba há dois exemplares expostos.

Recepção a extraterrestres

Folclore de Sorocaba é povoado de mistérios
Em 1979, milhares de carros foram até a Raposo Tavares tentar ver os extraterrestres. Crédito da foto: Arquivo JCS

Mais um fato que virou folclore na cidade foi um acontecimento em 1979, quando mais de 5 mil pessoas se aglomeraram para recepcionar extraterrestres. Isso mesmo. Cerca de mil veículos entre ônibus, caminhões e carros particulares chegaram a ir de madrugada até o km 95 da rodovia Raposo Tavares com faixas e cartazes para receber os ETs. Esse fato aconteceu devido a um caso de avistamento no Morro da Mariquinha, bairro Barcelona, que causou comoção pública.

O caso Mariquinha envolveu 20 policiais distribuídos em oito viaturas, que perseguiram durante toda a madrugada de 8 de janeiro de 1979 as luzes coloridas em movimento no céu da cidade. Um dia depois, o disco voador foi visto de novo, mas desta vez teve uma explosão luminosa nas proximidades da represa de Itupararanga e duas quedas de energia que deixaram Sorocaba no escuro. A empresa de energia elétrica nunca explicou o que houve. Esse episódio ainda é um mistério. (Daniela Jacinto)

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 https://www.jornalcruzeiro.com.br/suplementos/especial-cruzeirinho/folclore-de-sorocaba-e-povoado-de-misterios/

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

ROSA DE HIROSHIMA

Rosa de Hiroshima
Ney Matogrosso

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Composição: Gerson Conrad / Vinícius de Moraes. Essa

FESTA JUNINA!

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasile...