segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

PENSAR BEM É TER IDEIAS ADEQUADAS

Nascemos com poucos referenciais , visto que nosso cérebro biologicamente falando, está em formação,  embora, já no ventre da mãe é possível experimentarmos sensações de prazer, de acolhimento, como também de angústias, de medos e de  frustrações , tudo isso porque recebemos essas impressões pelo corpo materno.
Somos um mistério. Afinal o que realmente nasce? Uma tábula rasa, ou uma mente, onde estão embutidas potencialidades que serão desenvolvidas dentro do nosso contexto de Vida?
Claro, existem  teorias, algumas centenárias sobre o assunto ,  não vou discorrer sobre elas nesse post.
Enfim, ao sermos socializados ,como esponjas, assimilamos , através de nossos pais, irmãos, parentes e amigos o que se coloca ao nosso redor. 
E pelo que  entendo, a maioria das pessoas dispõem de pouquíssimos conhecimentos sobre o funcionamento cerebral,  a importância nos primeiros anos de vida de uma intensificação do ambiente, dos processos, dos objetos,  cores,  sensações, texturas, pluralidades e diversidade de situações em que a criança deveria ser exposta , a fim de proporcionar ao cérebro condições de excelência.
Infelizmente, nossos filhos recebem pouca estimulação, e condenamos gênios a mediocridade, quem sabe.
Somos configurados até a idade da pré adolescência ao senso comum, com ideias bem populares sobre a vida, com a religião cristã permeando cada ação, pensamento, sentimento.
A partir desse contexto iniciam-se questionamentos sobre essa visão de mundo estereotipada que nos foi passada e infelizmente, na maioria de nós, permanecerá até nossa morte.
Alguns se mantêm no primeiro modelo de gênero de conhecimento a vida toda, é o que postula  Espinosa filósofo que viveu no século XVII .

Esse é o  senso comum, que imagina a realidade apenas pelas sensações que recebe dela.
Transportando tal modelo mental para tudo que ocorre ao nosso redor, podemos antever alguns transtornos que se materializam em virtude dessa maneira de enxergar a Vida. 
Um deles seria a passividade diante das situações que ocorrem, porque se  apenas interpreto o que acontece , sem entender as causas, apenas avaliando pelo efeito, pouco posso transformar. 
Já no segundo gênero do conhecimento, conseguimos ampliar um pouco  nossa maneira de perceber , quando através de um método de raciocínio tentamos encontrar os motivos que ocasionam os efeitos.
E ao compreender o motor por trás dos acontecimentos, me torno um pouco mais livre.
O terceiro gênero de conhecimento é o mais ampliado de todos eles: Por meio da intuição , me apercebo do momento presente e diante disso , uso o método científico para testar esse insight e desse processo incorporo o conceito ao já vivenciado.
Pode-se exemplificar o enunciado acima servindo-se se do sonho que o químico Kekulé teve certa noite.
No sonho,o cientista via uma cobra mordendo o próprio rabo. E dias antes ele estava procurando a fórmula do benzeno. O bicho se formava por um anel de carbonos , como uma cobra mordendo o próprio rabo.
Ao acordar, utilizou-se de seu pensamento científico para compreender a mensagem intuitiva que recebera do sonho e assim a fórmula do benzeno foi encontrada.
Espinosa ensinava ser esse  o processo do bem pensar, das ideias adequadas e seriam esses pensamentos que nos libertariam das imagens, do senso comum da ignorância da Humanidade.
Parece que ainda estamos longe disso, todavia devemos continuar a insistir em que a sociedade receba uma educação de qualidade a fim de transcendermos esses momentos obscuros que vivemos.

A VIDA TEM O MESMO VALOR EM TODOS OS SERES!

Existe uma ideia bem definida e difundida na sociedade afirmando ser o humano, o melhor dentro da criação.
É comum lermos na imprensa ou ouvirmos situações de alguém, agindo sob forte emoção  e intempestivamente ocasionar  uma tragédia. Nesses casos , a frase trivial "Aflorou o lado animal, de besta, irracional" se torna clichê
Provavelmente essa ideia de nossa ascendência,  tenha nascido da religião, especificamente a cristã, que orienta o mundo ocidental.
No livro de Gênesis encontramos Adão dominando  sobre os animais e  nomeando-os todos, ordem dada por Deus. Dessa narrativa, alguns teólogos podem ter interpretado: Teríamos a primazia, sendo homens, seres pensantes possuindo linguagem definimos conceitos e possibilidades.
Além disso, é ensinado  sermos nós, a coroa da criação pois  Deus teria criado o Homem e no sétimo dia descansado, dizendo que tudo que foi feito seria Bom! 
Buscando um enunciado para legitimar seu governo sobre a Natureza e assim sobre todos os demais seres, alguns , espertamente, sabedores da influência do cristianismo, tomaram para si esse discurso e o difundiram na sociedade. 
Porém, sabemos pela experiência, leitura, conhecimento de mundo, que existem outras maneiras de enxergar a Vida.
Muitas religiões valorizam a Biosfera em sua totalidade, levando em consideração os diversos ecossistemas e de como todos nós  , junto com a Natureza fazemos parte de algo Maior.
E diante dessa Visão não existe essência mais sagrada do que a outra, o que nos leva a compreender que não estamos descolados da Natureza, portanto o valor de existência de um simples inseto é tão crucial como a nossa.   
Não estou defendendo aqui que somos iguais aos insetos, aos animais, mas antes que A Vida que permeia cada ser, vale o mesmo.
No entanto, como seres humanos, desenvolvemos racionalidade, sensibilidade, intuição, e principalmente linguagem.
E a linguagem ,  embora muitos não atentem, tem um VALOR  importante nessa equação, porque é através dela que legitimamos essa domesticação atual.
E você? O que entende dessa questão? Poderia adicionar mais argumentos para nossa discussão? 

SER JUSTO É CADA UM VIVER NO SEU QUADRADO

Procuramos hoje e sempre, formulações para abstrações que utilizamos em nosso cotidiano, porque somos seres que buscam sentidos em tudo o que fazemos.
Dessa forma, a questão da Justiça é importante para a sociedade, em função de a partir dessa conceituação, podermos agir norteados por uma ideia que legitime nossa ação.
Há muitas definições sobre o assunto, e acredito que atualmente o que se traduz como tal, seria o pensamento de que para alcançarmos um País onde exista de fato, um ambiente igualitário para todos, faz se necessário que opere um Direito, um conjunto de Leis, que defina a cada um seu lugar dentro do coletivo. Dito de outra forma, Justiça se faz com leis, e boas leis, que permitam a grupos sociais se manterem em certa harmonia dentro do campo social.
Entendemos pela experiência que isso seria apenas o ideal, que nas relações quotidianas o que prevalece ,na maioria das vezes é o poder pessoal e econômico, legando aos mais pobres a exclusão e a impossibilidade de encontrarem equidade.
Na Antiguidade, também  se argumentava  a respeito  do que seria um indivíduo justo. Se nos espelharmos  nos gregos, que foram na visão da História Ocidental, aqueles que deram início ao que conhecemos como civilização nessa parte do Planeta, Sócrates por exemplo, entendia o problema como algo a ser esquadrinhado, além é claro da premissa de que fundamentalmente existia, no mundo ideal um puro conceito do que seria Justiça.
Há bons atos, existem leis humanitárias entre nós, mas jamais serão produções perfeitas.
Por outro lado, na República de Platão temos o conhecimento através do qual, para que alguém fosse considerado justo deveria viver de acordo com a sua missão de vida.
Explico. Na idealização  cósmica do mundo imaginada pelos gregos, estamos  em um Kosmos perfeito e finito, onde leis gerais determinavam tudo o que aconteceria.
Nesse sistema, nos encaixaríamos em uma  "engrenagem", e m ao descobrir nosso lugar no Kosmos , deveríamos viver, alcançando assim a eudaimonia.
Isso seria cumprir sua missão. 
Na cidade perfeita imaginada por Platão, não seria diferente. Ser justo  era, simplesmente atuar em função de suas capacidades , sabendo exatamente seu lugar no Universo, agir de acordo com essa ideia. 
 Portanto, não se  intrometendo no espaço do outro e procurando a excelência naquilo que faz teríamos uma sociedade perfeita,  justa.
Parece bem diferente do que apreciamos  hoje por Justiça, onde muitos a entendem no sentido de dar a cada um segundo a sua capacidade e necessidade.
E você? Qual sua posição a respeito do tema, e como poderia se alinhar com tantas outras percepções sobre o assunto?

FESTA JUNINA!

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasile...