terça-feira, 31 de maio de 2016

O MAL É ONDE DEUS NÃO ESTÁ!











Talvez uma das situações mais difíceis  com que nos defrontamos desde que estamos nesse mundo é a questão do mal.
É  constrangedor ter que aceitar que se vivemos em um mundo criado por um Deus benevolente, Onipotente,  experimentamos tantas desventuras.
Epicuro ,  há séculos atrás se defrontou com essa situação e propôs o seguinte paradoxo
Ou Deus pode vencer o mal mas não quer, ou quer e não pode ou não pode e não quer ou pode e quer.
Então se quer e não pode, faltar-lhe-ia a onipotência, se no entanto não quer , mas pode então não existe nele bondade, se não pode e não quer perde-se  a noção da Divindade, mas se quer e se pode, então porque não o faz?
Assim, talvez um dos homens que deu uma resposta mais satisfatória, embora não ausente de falhas foi Santo Agostinho. Agostinho foi um dos primeiros grandes padres da Igreja, que junto com Tomas de Aquino desenvolveu a filosofia para ampliar a teologia.
A idéia do pensador era assim: Na verdade não existe o mal enquanto substância, mas apenas o mal moral e o mal natural. O mal moral é devido ao homem, pelo seu pecado original, pela sua  incapacidade em usar o livre arbítrio que Deus lhe deu , extrapolando os limites do mesmo e incorrendo em erro.  Em decorrência desses percalços aconteceriam todos os males naturais, como enchentes, terremotos e as mazelas que conhecemos dentro da Natureza.
 O mal no sentido metafísico , esse nunca existiu; o que na verdade ocorre é que na ausência do bem, na falta de Deus, surge o mal. É como uma aliança de ouro. No processo de composição da mesma, na sua confecção circular, sobra um espaço em branco um “buraco”. Na verdade, não existe uma substância buraco naquela aliança. O que falta na verdade é o ouro naquele espaço. De igual maneira, não existe o mal, mas apenas a ausência do bem, o que geraria a percepção negativa
Analisando o argumento outros filósofos viram falhas, como Baley, que dizia que embora se possa argumentar que Deus não é culpado pelo mal, da mesma maneira cabe nos lembrar que se foi Deus quem deu o livre arbítrio ao homem e se Deus sabia que esse homem iria extrapolar no uso desse conceito, então Ele de certa forma é culpado  do mal causado pelo homem.
Leibnis também procura modificar a questão da origem do mal.
Em sua idéia, a  Divindade criou o melhor dos mundos possíveis, querendo dizer com isso que ao gerar todas as possibilidades possíveis, o Eterno calculou matematicamente a melhor das situações em que nosso Planeta poderia  existir, e dentro dessas possibilidades teria colocado o mal como variável para equilibrar o sistema, sendo que l no final da equação  os malefícios serviriam para criar vantagem e não perda.
Ou seja, nós enxergamos algo como ruiml, porque vemos apenas em parte, não temos a visão do todo, como Deus, e esse tendo a visão do todo permite essa entropia porque sabe que ela vai colaborar com um Bem  maior no futuro.
Esse posicionamento de Leibniz é chamado de otimismo filosófico e também recebe críticas de Kant, de Voltaire e de Rosseau
Kant acredita, como agnóstico que é, que não existe possibilidade de compreendermos a maioria das questões metafísicas, portanto não há como falar sobre elas. Voltaire, usando como exemplo o terremoto ocorrido em Lisboa em 1775, sustenta  que, de que maneira iríamos argumentar com aquelas pessoas que tiveram seus parentes mortos,? Que de alguma maneira seriam beneficiadas com o ocorrido, que os cães e os vermes e os ratos iriam ser alimentados com o cadáver de seus queridos, que haveria emprego para pedreiros e arquitetos?.
Rosseau por outro lado exime Deus de qualquer culpa, dizendo que o homem é o responsável por tudo de negativo que acontece, porque rompeu com seu estado natural e através de atitudes a de alguns que se apropriaram  das riquezas e criaram as desigualdades  que trouxeram tantas desgraças para a Humanidade.

Enfim, o problema do mal de certa forma continua ainda como algo que não tem uma resposta definitiva e cabe a cada um de nós sempre refletirmos sobre o assunto de maneira a ampliar nossos conhecimentos e tentar amenizar um pouco nossas dores. 

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