sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

QUEM PENSA EM NÓS?









Fomos acostumados desde tenra idade, a acreditar que somos uma identidade, um Eu. Ainda crianças, dependentes inteiramente de nossos pais, seres indefinidos, seríamos assim como extensões de nosso ambiente. 
O tempo vai passando e nos ensinam que temos um nome, pais, uma casa, um corpo , falamos e pensamos. Desse modo, cria-se pouco a pouco a noção de um Self que está em alguma parte de nosso cérebro.
Importante, no entanto lembrar, que já fomos muitos eus, afinal não existe mais aquela criança inocente que vivia para brincar, nem mesmo aquele adolescente cheio de sonhos e conflitos. Hoje nos tornamos adultos com responsabilidades, que entendem ser necessário constituir relações familiares, com amigos , enfim com a sociedade.
Diante disso, poderia perguntar: Se existe um Eu, onde ele estaria?
As religiões defendem que o ser humano é imortal, posto que tem uma alma, e essa alma seria o conceito que em psicologia conhecemos como Eu, e é exatamente essa alma e esse eu que passaria para o Além, ou seja qual for o lugar que habitaríamos
Posta essa observação, e diante das percepções que temos todos os dias, imaginemos que nossa alma , ou Eu, ou espírito, habite o nosso cérebro, visto que conseguimos pensar, refletir de maneira subjetiva, como se houvessem vozes dentro da nossa cabeça
Uma reflexão interessante foi proposta pelo neurologista Sam Harris, autor de um livro chamado Despertar.
Nele, o autor argumenta que existem situações em que é necessário fazer uma operação, principalmente em crianças que sofrem de epilepsia,onde os hemisférios cerebrais são desconectados. Acredito que todos sabem que nossos hemisférios cerebrais, o esquerdo e direito, tem funções específicas, trabalham em paralelo, mas também individualmente. O lado direito comanda o lado esquerdo do corpo e está ligado as emoções, a arte, a espiritualidade, enfim é o que nos torna humanos. Já o lado esquerdo, que comanda o lado direito do corpo, é analítico, racional, ligado a códigos, Matemática e principalmente responsável pela linguagem humana.
Ao separarem os hemisférios os médicos perceberam que o cérebro consegue trabalhar normalmente, pois há uma compensação em cada hemisfério em relação ao outro. No entanto o mais curioso nessa divisão cerebral, é que aparentemente cada hemisfério pensa de forma independente  Em outras palavras, existe autonomia em cada um deles. Isso levanta questões filosóficas, morais e religiosas muito interessantes e complica a resposta a pergunta que fiz acima : Onde está nossa alma dentro de nós?
Se respondermos que ela está no cérebro, então eu diria: Mas em qual hemisfério? Supostamente alguns  falariam que seria no esquerdo pois ele conseguiria verbalizar através da linguagem , no entanto  a pesquisa com o cérebro dividido mostra que o hemisfério direito, mudo, consegue através dos gestos comunicar seus desejos e pensamentos. A questão religiosa ficaria mais instigadora. Pelo víes cristão a alma que aceita Jesus será conduzida ao Paraíso, enquanto aquelas rebeldes irão para o Inferno. Mas diante, da pesquisa dos neurologistas, poderia acontecer, de que, o hemisfério esquerdo aceitasse a Cristo, mas o lado direito não concordasse. Como julgar moralmente que parte de nós decidiria? Qual delas iria para o céu ou para o inferno? É claro, que isso torna inviável  essas noções e aponta outros caminhos de pesquisa e reflexões! 

domingo, 4 de dezembro de 2016

NOVAS FORMAS DE MUDANÇA









Não nascemos prontos, mas no processo da vida, através dos acontecimentos e das escolhas que fazemos, vamos configurando nossa existência.
Igualmente não nascemos cristãos, nem muçulmanos, nem budistas... todas essas ideias são, aos poucos incutidas em nós por pais, amigos e professores.
Me lembro que até uns dez anos não torcia para nenhum time de futebol, até que um amigo , que  me identificava, veio brincar certo dia com uma camisa do Palmeiras. Foi o suficiente para a partir daquele momento me tornar um palmeirense. Hoje, ainda torço pelo time, acompanho o campeonato e muitas vezes defendo com paixão suas cores. Mas, as vezes fico imaginando, que  é uma bobagem, tomar para si uma ideia que não foi necessariamente uma escolha consciente, mas uma associação entre afinidades e emoções em relação a uma amizade.
Pertinente a religião, a família era católica, com um pé no Espiritismo. Diziam até que meu pai, que morrera prematuramente, deveria ter desenvolvido a mediunidade, e que como não o fez, foi precocemente recolhido para o Além.
Apesar de católico por tradição, dificilmente ia a Igreja, aliás nunca vi minha familia participando da Igreja.
Mas aconteceu algo muito forte, uma tragédia que modificou minha maneira de pensar a fé e a religião.
Em 1982, morava em Votorantim, interior de São Paulo, próximo a Sorocaba. Era um adolescente cheio de conflitos, de temores e incertezas... Éramos pobres, vivíamos de aluguel e ganhávamos pouco. O clima na família era desestruturado após a morte de meu pai, e pouco a pouco alguns irmãos foram casando e decididos a cuidar de suas vidas e ficamos no final 3 irmãos minha mãe e eu, de uma família de oito pessoas.
Assim, dentro de toda essa situação em fevereiro daquele ano, ocorreu uma tromba d'água na cidade e de repente, me vi sem casa para morar, sem roupas sem minha coleção de gibis que eu adorava, e até mesmo sem documentos. Em menos de meia hora as águas tinham levado tudo. Além das coisas materiais, foram rio abaixo sonhos, minhas esperanças e ideais Confesso que fiquei em depressão. Tinha então 17 anos.
Foi diante desse terrível acontecimento que me tornei protestante e assim comecei um novo período em minha vida, marcado por muita alegria no começo, onde tudo era novo, onde recebi atenção, carinho, acolhimento, mas que pouco a pouco foi se diluindo e tudo se transformou novamente em uma grande confusão e sofrimento.. 
Com o passar dos anos fui percebendo que minha "conversão" não passara de uma experiência emocional, embora em alguns momentos reconheço houve "eventos" que poderia acreditar que foram espirituais.
Mas em essência percebia, que pouco havia mudado de verdade. Isso porque mesmo sem ir a Igreja protestante, sempre fui um jovem sem vícios, introvertido, com pouca experiência de mundo, ou seja o Cristianismo pouco mudou em mim, porque em questão de vícios, vida permissiva, e afins eu simplesmente nunca pratiquei.
Aos 20 anos despertou uma curiosidade pela leitura, pelo conhecimento, e isso em todos os níveis. Lia psicologia, esoterismo, filosofia, e toda sorte de literatura. Começou a crise religiosa que se intensificou nos anos seguintes.
Percebo então que mudei superficialmente, e essa mudança teve um motivo externo: No meu caso, a enchente que me levou a uma depressão. 
Krisnamurth, ao qual eu me identifico muito, ensina que o ser humano normalmente muda por conta das coisas ruins ou extremas que lhe acontecem em vida. O fim de um relacionamento, a perda de um ente querido, a falência financeira, entre tantos dissabores. Mas todas essas mudanças ocorrem por conta de acontecimentos exteriores, ou seja, de fora para dentro.
Em suas mensagens ele deixa bem claro que essas transformações são superficiais, que a verdadeira mutação deve ocorrer de dentro para fora.
E como ocorrem essas mutações? Na ideia dele, quando passamos a perceber tudo ao nosso redor, coisas simples como a maneira como agimos, falamos, nos comportamos, a forma como nossos pensamentos passam pela nossa mente, nossos sentimentos e emoções, a maneira como trato minha esposa, meus filhos, meu chefe, meus amigos... enfim todas essas nuances... quando eu começo a perceber tudo isso, todo esse imenso fluxo do que é viver, então eu resgato uma energia preciosa que estava sendo gasta em um viver condicionado. Essa imensa energia que todos nós temos, mas é dissipada pelo conflito, pela maneira condicionada que vivemos , quando ela se reorganiza e se torna acessível ao cérebro, então ocorre uma grande mutação, de dentro para fora, a verdadeira transformação.
Portanto, acredito que todas essas experiências que temos como a religião, os acontecimentos bons ou ruins que nos ocorrem, são importantes, mas insuficientes para uma mudança. Ela precisa vir de dentro, e assim influenciar todo o nosso entorno! 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A IGNORÃNCIA E O MAL!

O Cristianismo ensina que o mal é algo externo a nós, que não é em si um mal absoluto, enraizado radicalmente na existência, mas produto de um ato criador que se desfigurou e enveredou por outros caminhos.
Lúcifer foi uma experiência que não deu certo do ponto de vista da Criação... Mas afinal, nem o ser humano parece ter dado certo.
O Budismo, em meu modo de ver é mais coerente, porque ensina que a origem do mal não é externa , não existe um ser que engendre em nós o desejo de errar. O erro nasce de dentro , de nossa incapacidade em perceber nuances, em fazer julgamentos, em conhecer. O mal é a ignorância Pensando por esse prisma, o mal nem existe, não existem pessoas más, todos são bons, mas a ignorância nos torna maus. Mas a ignorância em si não é um mal metafísico, mas uma falha do processo de perceber, pensar e refletir. Portanto quando eu me empenho em compreender o mundo ao meu redor, buscando coerência, seguindo um modelo evolutivo, me capacito a vivenciar outros valores e insights. 
Portanto, acredito que precisamos de bons modelos, e quando falo bom, não estou me referindo especificamente a questões morais, mas a referências que me conduzam a uma evolução de pensamento. Quando um artista pinta um quadro, ele busca referências, dentro de sua Cultura, da Natureza ou em seu espírito para criar uma obra que produza esclarecimento nas pessoas. 
Assim, em meu modo de perceber o mundo entendo que precisamos elencar referências positivas constituídas em si de valores que construam uma civilização que reflita, que busque perceber a Vida de diversas maneiras, com uma qualidade em seus modelos.
O que temos percebido na atualidade é que se perderam referências, modelos evolutivos , que foram substituídos por subjetividades, por gostos duvidosos, por uma democracia ( não apenas no sentido político) que permite que tudo seja considerado verdadeiro, belo e bom!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

FAZENDO O MELHOR DE CADA MOMENTO






Estamos acostumados a viver em um mundo onde fazemos escolhas e através dessas escolhas procuramos vivenciar os nossos momentos, e de preferência que sejam bons momentos. Afinal, somos sete bilhões de pessoas no mundo, e se existe algo que a maioria persegue é a ideia da felicidade.
Mas é claro, que todos sabem que não é fácil fazer escolhas, que nos levem sempre a viver bons momentos.
A vida é difícil , está cheia de contingências e acasos, que estão muito além da nossa racionalidade. Podemos até tentar prever as incertezas que virão , mas sempre ficarão variáveis impossíveis de serem percebidas. Quem sabe se tivéssemos um computador quântico conseguiríamos equacionar todas as possibilidades e fazer as melhores escolhas e assim viver as melhores situações?
Nietzsche filósofo que "martelou" a maioria dos valores morais da civilização ocidental fez uma provocação interessante: Pelo seu conceito de eterno retorno, sendo o Universo finito e fechado, e sendo o tempo infinito, viveríamos as mesmas situações, as escolhas,  e possibilidades  eternamente.
Talvez alguns de nós desavisados ficaríamos felizes , porque então poderíamos escolher nossos momentos mais intensos e eterniza-los em nossa vida... mas esperem ... o filósofo do martelo  propõem que além de eternizarmos os momentos mais felizes e intensos, também no pacote, abraçássemos nossos piores momentos, nossas mediocridades, nossa pequenez e a isso chama de amor fati, amor pela vida como ela é , com seus altos e baixos.
Posso inferir a partir desses postuladoss que existe uma ética profunda nessa maneira de ver o mundo, pois ao compreender que tudo se repetirá indefinidamente diante do tempo, em cada atitude, em cada escolha, preciso fazer o melhor, ir em busca da excelência em cada gesto,  palavra,  e prática, afinal conviverei com isso eternamente.

terça-feira, 7 de junho de 2016

PENSAR DÓI




Terminei meus estudos do Ensino Médio em 1992, na Escola LICEU PEDRO II em Sorocaba , SP, pois infelizmente , por alguns problemas pessoais, parei de estudar no primeiro ano 
colegial, quando morava em Votorantim, e provavelmente isso ocorreu, se não me falha a memória por dois motivos:
O primeiro deles pelo fato que no ano de 1982, tivemos uma tromba d!água na cidade , e com isso a situação da minha família ficou complicada , situação que nos levou a mudar do bairro com medo de novas enchentes.
 O outro motivo, um pouco melhor, aconteceu de naquele momento de aflição e tristeza e muitas incertezas, eu comecei a frequentar a Igreja do Missionário, Cruzada Nacional da Evangelização e hoje conhecida como Igreja do Evangelho Quadrangular. 
Certamente os dois motivos não eram suficientes para que eu tivesse tomado aquela atitude de parar de estudar, creio que faltou   uma posição mais forte de minha família, que nessa época já era constituída apenas de minha mãe e mais três irmãs.
Depois de muitos anos voltei, em escolas estaduais, mas tinha grande dificuldade em acompanhar as aulas, que reconhecia serem maçantes.
Resolvi, portanto, para tentar recuperar um pouco do tempo perdido fazer supletivo e em um ano e meio consegui a aprovação.
Conheci nas aulas, um aluno com o nome de Renato, e acredito que ele deveria usar  maconha, não sei exatamente, mas  destoava dos demais, por comportamentos e algumas colocações que fazia.
Uma delas, toda vez que o Professor falava para estudar ele dizia: Pensar dói. 
Era, de fato, uma frase que achávamos engraçado e ríamos.
Hoje, passados mais de 20 anos do ocorrido, recordo-me do episódio e constato que de fato o Renato estava com a razão.
Pensar dói.  E essa dor é causado porque para pensar preciso movimentar as minhas ideias, dissolver algumas, colocar outras em choque, entrar em contradição comigo mesmo, reconhecer que estava errado.... Tudo isso fere o ego.
 Neal Gabler, da Universidade do Sul da Carolina escreveu um texto no New York Times, onde aponta a mesma situação:  pessoas não estão pensando, mas simplesmente colhendo informações e repassando-as para se manterem a  tona, para se sentirem importantes dentro do seu circulo de influências. Com o advento das redes sociais isso se intensificou e hoje temos uma imensa quantidade de informação, não sendo mais possível um processamento adequado.
Já não existem tantas ideias revolucionárias  que mudam o mundo como Freud, Einstein e Marx, porque segundo o autor, o sistema capitalista aposta apenas em propostas que gerem lucro descartando as demais. .
E todos nós, em geral estamos engessados no conforto do senso comum, de evitar raciocínios mais elaborados. 
As vezes fico até a pensar que a capacidade mental da sociedade está diminuindo, não na questão genética, mas culturalmente, nas escolas, nas Universidades, onde parece existir pouco debate, e cada vez mais certezas e ideias prontas.
Certamente que debate no País é algo quase inexistente, que os diálogos que Platão nos ensinou na prática em sua filosofia, pouco sejam conhecidos, porque na maioria das vezes o que vemos são discussões acaloradas onde cada um procura com técnicas de oratória, com persuasão, invalidar o outro. Não o argumento de seu adversário, suas ideias, mas exatamente a moral, o caráter a capacidade que o antagonista teria para ter aquele pensamento.
E tais situações vão se refletindo dentro das demais instituições e vão empobrecendo o conhecimento.
De fato meu amigo Renato, até mesmo sem querer , conseguiu expressar uma grande verdade PENSAR DÓI!!!

quinta-feira, 2 de junho de 2016

MUDANÇA OU TRANSFORMAÇÃO?


A maioria de nós já ouviu a metáfora da lagarta que depois de um longo processo se transforma em borboleta, e certamente isso fala muito conosco, pois dá uma dimensão clara do que significa mudança.
Mas o que seria mudança? Nesse caso específico seria mudança de forma, ou seja, uma lagarta que a principio nos dá uma certa repugnância pelo seu aspecto, pouco a pouco vai deixando aquela aparência rústica e nos encanta com a leveza das asas da borboleta.
De um aspecto   indesejável a  uma bela estética, de uma aparência pobre de recursos, para uma forma leve, radiosa, e geradora de sentidos e alegrias.
Também mudamos... e quantas mudanças já aconteceram em nossas vidas. Desde o nosso nascimento, ainda bebés, todo o nosso físico, e a nossa estrutura psicológica foram se adaptando e se formatando aos momentos pelos quais passamos.
Até que chegamos a fase adulta, onde aparentemente nos tornamos mais "sólidos", mais comprometidos com uma identidade que sentimos prazer em ostentar.
No entanto, há vida exige muito de nós, e em vários momentos é necessário que tomemos consciência que é preciso uma revolução.
Até que ponto essas transformações significam mudanças internas, ou  somos como a borboleta que mudou apenas de forma?
Quantas vezes mudamos de ideias, para apenas outras ideias, de crenças para outras crenças, de condicionamentos para novos condicionamentos.... Não há nesse processos um aprofundamento, insights que transformem nossa psiquê, e reformulem de verdade nosso interior.
Metanoia é outro principio grego que também se refere a mudança, mas não de forma, e sim psicológica, no nosso interior, de dentro para fora.
Particularmente sou uma pessoa que leio bastante, de vários estilos desde Psicologia a Filosofia e autoconhecimento. Percebo que detenho conhecimentos básicos em muitas áreas do saber , que me dão condição de conversar de maneira competente por diversos assuntos.
No entanto, quando durmo, tenho observado que a pessoa que habita nesses mundos noturnos, parece um adolescente, com carências,  modelos de pensar, maneiras de resolver questões, baseadas em um homem que não sou mais, embora sempre acreditei que o conhecimento que detive pudesse realmente ter me transformado.
Assim percebo, que apesar do verniz , apesar de um grande conhecimento, permaneço, no mais profundo da minha alma, com um núcleo muito inconstante , como se o eu que existe no sonho não foi alcançado pelos inúmeros  livros que  li enquanto eu consciente.
Me parece que a maioria de nós, apesar de tanta leitura, de a grande maioria ser cristão, ou mesmo professar outras filosofias, de tantos estudos e artigos sobre autoconhecimento, ainda continuamos com a alma intocada!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

UPGRADE









Quando  nos debruçamos sobre a História da humanidade vamos percebendo, que  paulatinamente  o ser humano foi buscando novas maneiras de apreender a realidade, de se relacionar com o meio de forma que pudesse sobreviver
De instrumentos rudimentares como uma faca de pedra, os homens foram inventando ferramentas de metais, que lhe deram uma condição mais avançada em relação aos outros seres vivos do Planeta, fazendo assim com que o Homo Sapiens viesse a se tornar o dominador da Natureza.
Igualmente com a Roda, com o fogo, com a invenção da Agricultura, e mais recentemente, tivemos a explosão do conhecimento tecnológico, mostrando que a mente humana parece não ter limites quando o assunto é o saber.
Paralelamente a toda essa evolução, observamos que psicologicamente continuamos vivendo a séculos atrás, e podemos usar como exemplo  dessa  verdade as idéias relacionadas ao racismo, a luta por crenças e pensamentos religiosos. Os nacionalismos, o egocentrismo , que se iniciaram há milênios, mas  parecem  estar se cristalizado na mente de milhões de pessoas.
Outro fator que demonstra essa paralisia existencial na psique humana é a dificuldade que as pessoas demonstram em relação as mudanças , situação que causa em grande parte da população mundial um desconforto e angústia profunda.
Podemos usar como analogia a informática; Há poucos anos , os computadores da Microsoft rodavam com o Windows 95 , depois 98 e assim sucessivamente até o Windows 10....  de maneira que há cada nova versão, a antiga perdia  atualizações necessárias para que continuasse sendo capaz de rodar todos os aplicativos. Sem atualizações os softwares se tornavam obsoletos e incapazes de acompanhar o desenvolvimento de programas  modernos.
Assim acontece com o nosso cérebro que como os computadores, precisa periodicamente  de novas atualizações, pois caso contrário, não conseguirá acompanhar as mudanças que estão acontecendo no mundo do trabalho, na sociedade, e em diversas instâncias do viver humano.
E essas atualizações acontecem quando lemos bons livros, e quando falo em bons quero dizer livros que nos levem a refletir, que vão contra aquilo que acreditamos, sem deixar de lado viagens por lugares que não conhecemos, assistir bons filmes, especialmente aqueles que não nos dão pistas sobre seu final, e também programas de televisão que valorizem a inteligência.

Fora disso, continuaremos sendo massa de manobra de políticas feitas apenas para alguns, sendo  apenas espectadores, barrados no grande Baile da Vida!!!

terça-feira, 31 de maio de 2016

O MAL É ONDE DEUS NÃO ESTÁ!











Talvez uma das situações mais difíceis  com que nos defrontamos desde que estamos nesse mundo é a questão do mal.
É  constrangedor ter que aceitar que se vivemos em um mundo criado por um Deus benevolente, Onipotente,  experimentamos tantas desventuras.
Epicuro ,  há séculos atrás se defrontou com essa situação e propôs o seguinte paradoxo
Ou Deus pode vencer o mal mas não quer, ou quer e não pode ou não pode e não quer ou pode e quer.
Então se quer e não pode, faltar-lhe-ia a onipotência, se no entanto não quer , mas pode então não existe nele bondade, se não pode e não quer perde-se  a noção da Divindade, mas se quer e se pode, então porque não o faz?
Assim, talvez um dos homens que deu uma resposta mais satisfatória, embora não ausente de falhas foi Santo Agostinho. Agostinho foi um dos primeiros grandes padres da Igreja, que junto com Tomas de Aquino desenvolveu a filosofia para ampliar a teologia.
A idéia do pensador era assim: Na verdade não existe o mal enquanto substância, mas apenas o mal moral e o mal natural. O mal moral é devido ao homem, pelo seu pecado original, pela sua  incapacidade em usar o livre arbítrio que Deus lhe deu , extrapolando os limites do mesmo e incorrendo em erro.  Em decorrência desses percalços aconteceriam todos os males naturais, como enchentes, terremotos e as mazelas que conhecemos dentro da Natureza.
 O mal no sentido metafísico , esse nunca existiu; o que na verdade ocorre é que na ausência do bem, na falta de Deus, surge o mal. É como uma aliança de ouro. No processo de composição da mesma, na sua confecção circular, sobra um espaço em branco um “buraco”. Na verdade, não existe uma substância buraco naquela aliança. O que falta na verdade é o ouro naquele espaço. De igual maneira, não existe o mal, mas apenas a ausência do bem, o que geraria a percepção negativa
Analisando o argumento outros filósofos viram falhas, como Baley, que dizia que embora se possa argumentar que Deus não é culpado pelo mal, da mesma maneira cabe nos lembrar que se foi Deus quem deu o livre arbítrio ao homem e se Deus sabia que esse homem iria extrapolar no uso desse conceito, então Ele de certa forma é culpado  do mal causado pelo homem.
Leibnis também procura modificar a questão da origem do mal.
Em sua idéia, a  Divindade criou o melhor dos mundos possíveis, querendo dizer com isso que ao gerar todas as possibilidades possíveis, o Eterno calculou matematicamente a melhor das situações em que nosso Planeta poderia  existir, e dentro dessas possibilidades teria colocado o mal como variável para equilibrar o sistema, sendo que l no final da equação  os malefícios serviriam para criar vantagem e não perda.
Ou seja, nós enxergamos algo como ruiml, porque vemos apenas em parte, não temos a visão do todo, como Deus, e esse tendo a visão do todo permite essa entropia porque sabe que ela vai colaborar com um Bem  maior no futuro.
Esse posicionamento de Leibniz é chamado de otimismo filosófico e também recebe críticas de Kant, de Voltaire e de Rosseau
Kant acredita, como agnóstico que é, que não existe possibilidade de compreendermos a maioria das questões metafísicas, portanto não há como falar sobre elas. Voltaire, usando como exemplo o terremoto ocorrido em Lisboa em 1775, sustenta  que, de que maneira iríamos argumentar com aquelas pessoas que tiveram seus parentes mortos,? Que de alguma maneira seriam beneficiadas com o ocorrido, que os cães e os vermes e os ratos iriam ser alimentados com o cadáver de seus queridos, que haveria emprego para pedreiros e arquitetos?.
Rosseau por outro lado exime Deus de qualquer culpa, dizendo que o homem é o responsável por tudo de negativo que acontece, porque rompeu com seu estado natural e através de atitudes a de alguns que se apropriaram  das riquezas e criaram as desigualdades  que trouxeram tantas desgraças para a Humanidade.

Enfim, o problema do mal de certa forma continua ainda como algo que não tem uma resposta definitiva e cabe a cada um de nós sempre refletirmos sobre o assunto de maneira a ampliar nossos conhecimentos e tentar amenizar um pouco nossas dores. 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

MIL PALAVRAS





Sócrates e Platão foram dois pensadores gregos que deram muita importância aos conceitos absolutos como Verdade, Justiça, Amor, Bondade, Beleza. Pelo pensamento desses dois filósofos  as pessoas deviam buscar a essência das ideias.
Na visão dos sofistas, que eram os precursores dos atuais professores, o importante não era exatamente o conceito absoluto sobre algo, porque para eles não haviam absolutos, mas relatividades, sendo o homem a medida de todas as coisas na concepção de Protágoras, ou seja, o que valia não era o conceito em si, mas aquilo que o homem pensava a respeito dele, e de acordo com as situações e momentos em que estivesse vivendo. 
Naquele processo histórico, a sociedade grega vivia o auge da democracia inspirado no modelo de Atenas Não havia tanta necessidade de  treinar o corpo, as habilidades guerreiras, mas principalmente desenvolver argumentos e de que maneira utiliza-los para convencer, pois a democracia ateniense era direta e pressupunha que os cidadãos dispusessem de capacidades argumentativas para defender seus direitos na Ágora!
De lá para cá, ocorreram diversas mudanças na sociedade, até mesmo a democracia se estendeu a outros povos, em outras dimensões e não havendo mais a possibilidade de uma participação direta, passamos ao modelo representativo.
Mas a capacidade de usar a persuasão, e a oratória para convencer continua, levando a palavra a um status que extrapola sua real importância.

Isso vai contaminando os diversos grupos sociais, que passam a usar a retórica como estratégia para alcançar vantagens nas situações da vida, o que não está errado, desde que esse uso não ultrapasse as noções de ética e convivência ,o que então se transformaria no famoso "jeitinho brasileiro"
No filme Mil palavras, Jack McCall era um agente literário extremamente falante, que conseguia fechar contratos usando de seu grande poder de oratória e persuasão e se utilizando de alguns recursos digamos fora de padrões éticos aceitáveis, como a cena em que para passar a frente de uma grande fila, simulou ter recebido uma chamada telefônica do hospital, onde sua esposa estaria para ganhar gêmeos. 
Jack , da mesmo forma, consegue entrar em contato com um místico com milhares de seguidores e que seria uma ótima aposta para a publicação de um livro. 
Através da persuasão e engodo , consegue assinar um contrato. Qual a sua surpresa quando descobre que o livro tinha apenas 5 páginas.
E o pior: Em seu quintal nasce uma árvore e de alguma forma estranha essa árvore está ligada a ele, e toda vez que  expressa uma palavra cai uma folha. Conversando com o místico, esse lhe explica que possivelmente aquela árvore simbolize a sua vida, e que cada verbalização faz cair uma folha, uma metáfora da sua força vital que está se esvaindo e possivelmente ao cair da última folha ele irá morrer.
Jack se desespera e então tem início as tentativas de falar o menos possível, inclusive usando o artificio de mímica.
Bem a película continua e o final é muito interessante, mas o que quero usar como reflexão é que Jack era um homem que acreditava no poder das palavras, das realizações humanas, mas pouco se interessava pelo silêncio, pelo ouvir da voz interior, de sua consciência e espiritualidade. A árvore que ia perdendo suas folhas simbolizava o próprio Jack que necessitava cuidar de si mesmo de sua interioridade, desenvolver suas competências espirituais, exercitar o perdão, e enxergar o mundo de forma diferente.
Igualmente podemos aprender sobre a importância das palavras ditas no tempo certo, não desperdiçada em conversas frívolas, ou servindo simplesmente para convencer, ou para diminuir pessoas, o que é muito comum em nossa sociedade.
Como reagiríamos, se soubéssemos que temos apenas mil palavras? Quais delas elegeríamos para nos expressar, e quando falar e para quem falar?

terça-feira, 24 de maio de 2016

A LÓGICA DO CISNE NEGRO


A maioria dos brasileiros com certeza estudou em escola pública e nos últimos tempos, talvez possamos dizer de uns 20 anos para  cá, a educação passou por diversas transformações, algumas positivas, outras não.
As que considero positivas se referem a universalização do ensino, haja vista que tínhamos uma escola altamente seletiva, onde apenas alunos de uma determinada classe social conseguiam frequentar as salas escolares, sendo a grande massa alijada do processo educativo.
Outra vantagem se deu na questão pedagógica, onde diversas maneiras de se perceber o aluno, a aprendizagem e o ensino revolucionaram o modo de dar aula. Um dos métodos mais atuais é o Construtivismo que em linhas gerais diz que o aluno é o centro da aprendizagem,  só se constrói o conhecimento em interação com o meio ambiente, sendo fundamental criar um conflito cognitivo para que o mesmo pouco a pouco fosse se aprimorando naquilo que sabe.
Podemos também elencar que foram criados sistemas de avaliação como o SAEB O Saresp e outros indicadores para avaliar se realmente o estudante estava evoluindo.
Apesar disso, é preciso destacar que também aconteceram retrocessos.  Com a universalização do ensino as classes ficaram superlotadas, e o professor não estava preparado para trabalhar com crianças e jovens tão diferentes em personalidade e na maneira com que aprendiam. Isso gerou um estresse muito grande nos educadores, e de certa forma impediu que eles tivesse tempo para dar a atenção a todos os educandos, visto que sendo a sala muito lotada isso se tornou inviável, diminuindo assim a qualidade do ensino.
Outro fator foi a perda da autoridade do professor, com o deslocamento da importância do ensino ligada a aprendizagem dos estudantes.
Enfim, o que quero destacar é que diante das situações acima expostas, a educação da maioria  é deficitária e nos permite apenas uma base  dos principais conhecimentos necessários para atuarmos em sociedade.
Certamente que na Matemática não tem sido diferente, inclusive no próprio  PISA que é um exame que mede a capacidade dos adolescentes em termos mundiais constatou-se que o Brasil é um dos últimos na matéria.
Isso diminui muito a capacidade lógica de todos nós.
Desde Aristóteles aprendemos que há duas formas principais de pensamento para alcançarmos o conhecimento. Um deles é o pensamento dedutivo que parte de premissas particulares para inferir conceitos gerais, e o outro método é o indutivo, que parte de premissas gerais para se eleger conhecimentos particulares. Inclusive o método científico se utiliza da indução, embora saibamos por estudos mais recentes que ambos os métodos tem suas limitações e muitos autores criaram outros tipos de lógica para dar conta da complexidade do mundo.
Usando como exemplo o método indutivo temos:
Não foram avistados cisnes negros em nenhum continente
Logo os cisnes negros não existem.
Vejam, a partir de um exemplo geral, tenta-se inferir uma idéia universal. Mas diferente da dedução, ocorre  uma generalização, porque não há como vasculhar cada pedaço de território de um continente para saber se não existe realmente um cisne negro.
Até que algum  dia encontram um cisne negro na Austrália.

 Nassim Taleb escreveu um livro que chamou de A Lógica do Cisne Negro. O autor nos passa a mensagem de que  vivemos  limitados por um pensamento que alcança apenas a média. A média do que vivemos, do que cremos, do que vemos.  É o chamado senso comum a que nos acostumamos, não tendo a facilidade de ir além do usual.
O extremo  portanto são os cisnes negros.ou seja, acontecimentos que fogem a nossa capacidade de raciocínio, que estão além da  pueril imaginação, que ferem e extrapolam o senso comum.
Quer um exemplo de cisne negro. ? Os atentados de 11 de setembro são um modelo clássico de eventos que ninguém imaginava, talvez até algumas intuições do cinema como o filme Nova York sitiada, mas nada como os acontecimentos ocorreram. A reeleição do Presidente Luis Inácio da Silva no Brasil...... o crash da Bolsa em 1929,

Pouquíssimas pessoas estão preparadas para antecipar o aparecimento de um cisne negro, e isto pode ser a diferença entre o fracasso e o sucesso ..
Trazendo isso mais para a nossa realidade, em acontecimentos da nossa vida pessoal, em que medida temos a capacidade de nos antecipar? Baltazar Grácian em seu livro a Arte da Prudência nos dava , entre tantos, exatamente esse conselho: Aprenda a antecipar.
É claro que só conseguiremos isso se tivermos uma boa base de conhecimento, estarmos antenados com o que acontece ao nosso redor e do mundo e  usarmos um pouco de Matemática, ou as probabilidades. Sempre entender que a maioria de tudo que acontece são probabilidades e compreender um pouco isso é fundamental para obtermos vantagens importantes em nossa vida pessoal e Profissional.
E vocês... estão preparados para antecipar cisnes negros?





segunda-feira, 23 de maio de 2016

IDEIAS QUE FUNCIONAM



Penso que as vezes somos muito teóricos, vivendo em um mundo de ideias, repleto de teorias que tentam explicar ou mesmo identificar critérios para conquistarmos uma vida melhor.
Creio que uma das maneiras mais eficazes de percebermos se algo é bom para nós, é que haja funcionalidade, que sirva para melhorar a qualidade de Vida, que agrega algum valor ao nosso dia a dia.
Dessa forma resolvi postar duas situações em que tive como experiência prática e resultaram em satisfação pessoal, e de certa forma melhoraram minha vida.
A cerca de 2 anos vinha sofrendo com uma verruga em um dos dedos da minha mão esquerda e entendendo que a questão era simples, procurei esperar que o tempo fizesse o trabalho dele, mas foi em vão... algumas receitas caseiras como passar alho foram tentadas mas nada. 
Até que enfim , descobri uma indicação de que vinagre de maça era eficiente. Comecei a usar todos os dias, massageando com um algodão o local. Qual não foi minha surpresa quando, depois de algumas semanas, simplesmente a verruga desapareceu....
Apesar de ser algo bem simples, é bastante incômodo e fiquei feliz em testar algo tão natural e obter um resultado tão interessante e prático.
Então se você tiver problemas com verrugas, ao invés de ir ao médico e gastar na farmácia, experimente essa ideia prática. No meu caso funcionou.
Outra situação real que me aconteceu foi em relação a um objeto, nesse caso específico um pendrive. Havia muitos arquivos, de músicas e livros. Mas há alguns dias tive uma surpresa desagradável ao perceber que os arquivos haviam sumido, embora o pendrive acuse que os arquivos estão lá. Simplesmente ficaram invisíveis.
Pesquisando na Internet , descobri que isso é causado pela ação de um vírus mais recente específico para pendrives, que tornam os arquivos ocultos.
Depois de verificar em vários sites os procedimentos e testar alguns sem resultados práticos apareceu a solução.
Se acontecer algum dia com você, simplesmente vá em Iniciar - Executar - digite CMD  vai abrir uma tela preta ( DOS).. Então digite CD e logo após, o nome do seu pendrive ( normalmente é uma letra que fica entre parenteses).....
Feito isso, digite essas letras                 attrib -s -h -r -a /s /d e automaticamente todos os arquivos vão aparecer no seu pendrive.
Eu experimentei essa ideia e funcionou também, portanto posso dizer que é uma intervenção eficaz. 
Na vida, vale mais a funcionalidade do que muitas teorias!                          

domingo, 22 de maio de 2016

INÉRCIA!!!


A primeira Lei de Newton  ensina que todo corpo tende a permanecer em  movimento retilíneo, ou parado, salvo que alguma outra força atue sobre o mesmo. Entendemos que se um objeto estiver em repouso, ele continuará assim, até que alguém exerça uma ação que quebre sua resistência. Igualmente se temos um objeto em deslocamento, precisamos aplicar sobre esse mesmo objeto  força superior , a fim de que pare..
É fácil perceber a analogia dessa lei com a vida espiritual, pois da mesma maneira que nos objetos, há potências que operam como resistência. Nesses casos, é fundamental que  uma energia, uma Vontade  nos tire daquela morosidade e gere novos posicionamentos. Essa Potência provavelmente deve ser criada por algo externo, que possibilite um ambiente dinâmico para que motivos internos sejam despertados na ação.
De igual modo, se alguém está em projeção que o conduz a uma situação difícil na vida, como por exemplo o alcoolismo, ou o uso intensivo de drogas , será necessário estímulos externos que promovam um distanciamento da situação perigosa.
Creio que a Fé consiste em grande Virtude espiritual a ser aplicada sobre nossos comportamentos, também a Oração é estratégia poderosa que pode alavancar atitudes positivas e desacelerar padrões negativos.
Talvez a maior Energia que temos a  nos auxiliar seja o Amor... É esse sentimento que nos capacita a vencer todos os obstáculos e empoderar as ações!!!

sábado, 21 de maio de 2016

O MAL NÃO EXISTE?








Talvez uma das situações mais difíceis  com que nos defrontamos desde que estamos nesse Planeta é a questão do mal.
É  constrangedor aceitar que vivemos em um mundo criado por um Deus benevolente, Onipotente,   e  experimentemos tantas desventuras.
Epicuro ,  há séculos  se defrontou com essa situação e propôs o seguinte paradoxo:
Ou Deus pode vencer o mal mas não quer, ou quer e não pode ou não pode e não quer ou pode e quer. Então se quer e não pode, faltar-lhe-ia a onipotência, se no entanto não quer , mas pode então não existe nele bondade, se não pode e não quer perde-se ai a noção da Divindade, mas se quer e  pode,  porque não o faz?
Assim,  um dos homens que ofereceu uma resposta mais satisfatória, embora não ausente de falhas, foi Santo Agostinho. Agostinho foi um dos primeiros grandes padres da Igreja, que junto com Tomas de Aquino desenvolveu a filosofia para ampliar a teologia.
A idéia do pensador era assim: Na verdade não existe o mal enquanto substância, mas apenas o mal moral e o mal natural. O mal moral é responsabilidade humana, pelo seu pecado original, pela sua  incapacidade em usar o livre arbítrio que Deus lhe concedeu, extrapolando os limites do mesmo e incorrendo em erro. Assim em decorrência desses erros aconteceriam todos os males naturais, como enchentes, terremotos e demais  mazelas da Natureza.
Mas o mal no sentido metafísico , esse nunca existiu. O que  ocorre é que na ausência do bem, na falta de Deus, surge o mal. É como a confecção de uma aliança de ouro. No processo de composição da mesma, na sua confecção circular, sobra um espaço  um “buraco”. De fato, não existe uma substância buraco na aliança. O que falta é o ouro naquele espaço. De igual maneira, não há o mal, mas apenas a ausência do bem, o que geraria a percepção negativa
Analisando o argumento, outros filósofos perceberam am falhas, como Baley, que dizia que embora se possa argumentar que Deus não é culpado pelo mal, da mesma maneira cabe nos lembrar que se foi o Eternos quem deu o livre arbítrio ao homem e se Ele sabia que esse homem iria extrapolar no uso desse conceito,  de certa forma é culpado  do mal causado pela sua criatura.
Leibniz amplia a percepção em relação ao tema.Em sua idéia, Deus criou o melhor dos mundos possíveis, querendo dizer com isso que ao criar todas as possibilidades  a Divindade calculou matematicamente a melhor das situações em que o Universo poderia existir, e dentro dessas possibilidades teria colocado o mal como variável para equilibrar o sistema, sendo que no final ,a equação serviria para criar vantagem e não perda.
Ou seja, nós enxergamos algo como mal, porque vemos apenas em parte, não temos a visão do todo, como Deus, e esse tendo a visão do todo ,permite esse mal porque sabe que ele vai colaborar com um Bem  maior no futuro.
Esse posicionamento de Leibniz é chamado de otimismo filosófico e recebe críticas de Kant, de Voltaire e de Rosseau
Kant acredita, como agnóstico , que não existe possibilidade de compreendermos a maioria das questões metafísicas, portanto não há como falar sobre elas. Voltaire, usando como exemplo o terremoto ocorrido em Lisboa em 1775, argumenta que, de que maneira iríamos convencer aquelas pessoas que tiveram seus parentes mortos, que o ocorrido seria benéfico? Dizer que  os cães e os vermes e os ratos iriam ser alimentados com o cadáver de seus queridos, que haveria emprego para pedreiros e arquitetos.....?
Rousseau por outro lado exime Deus de qualquer culpa, afirmando que o homem é o responsável por tudo de ruim que acontece, porque rompeu com seu estado natural e através de atitudes  de alguns que se apropriaram  das riquezas , criaram as desigualdades que trouxeram tantas desgraças para a Humanidade.

Enfim, o problema do mal de certa forma continua ainda como algo que não tem uma resposta definitiva e cabe a cada um de nós formular ou buscar novas respostas adequadas ao momento em que vivemos!!! 

terça-feira, 17 de maio de 2016

A CERTEZA DAS INCERTEZAS





Quantas vezes você já ouviu  estórias , de pais ou mesmo avós que contavam que entraram trabalhar como  Officeboys nas empresas, e pouco a pouco foram ganhando espaço até chegarem a um cargo importante ou mesmo de chefia? E que igualmente trabalharam em uma única empresa pela vida inteira? No entanto, atualmente as situações parecem que não caminham nesse sentido.
A modernidade foi inaugurada, segundo os pensadores, pelo filósofo   Rene Descartes, porque ele de certa forma descolou o pensamento filosófico da idéia religiosa que  dominava a mente das pessoas na época e ai passamos a escutar o termo cartesiano,  que é um pensamento que começa , tem meio e fim... é um pensamento linear.
Então vivíamos em um mundo , basicamente linear, onde era possível planejar certas situações e passo a passo ir acompanhando os fatos, e dentro de um espaço razoável obter os resultados que plantamos .
Mas não vivemos mais nesse mundo, ou se formos mais otimistas, estamos praticamente em um grande processo de transição.
O que temos hoje em dia é uma sociedade extremamente flúidica que transfere essa velocidade de ações, de pensamentos, de fatos para todos as  dimensões do tecido social.
Família não é um conceito , como o conhecíamos a alguns anos atrás, a chamada família nuclear, onde o homem era o centro de todo o gerenciamento. Hoje temos famílias , uma grande maioria liderada pelas mães, avós, irmãs mais velhas, tias.... enfim é uma instituição totalmente transformada,
Os relacionamentos  eram  mais sólidos do que atualmente. É certo que temos que levar em conta o fato  que o feminismo mudou a maneira como a mulher se enxergava como pessoa e dentro das relações, mas a questão é que  os contatos hoje em dia são extremamente instáveis e sabemos por pesquisas que os casamentos em média tem durado 3 ou 4 anos  .
O trabalho não está diferente, haja vista que ao pegarmos a Carteira Profissional de um jovem, ali veremos diversos registros que no mínimo tem um ou dois anos de duração, e uma rotatividade muito grande.
Atualmente, quando escrevo essas linhas estamos com uma lei para ser votada no  Congresso que flexibiliza a CLT, o que deveríamos ,colocando em outras palavras, dizer que ela praticamente não existe mais,

Na década de 20 um cientista chamado   Heisenberg

cunhou um princípio que veio a ser conhecido como princípio da incerteza. Por esse postulado, ao medir um elétron era impossível saber ao mesmo tempo sua velocidade e sua posição. Teríamos assim que nos contentar em saber, ou o lugar em que se encontrava, ou a velocidade que estava.

Assim, conhecemos a incerteza, uma situação onde igualmente não podemos ter segurança e ao mesmo tempo certezas. É insuficiente e termos uma Universidade, estudos, um amor, uma família... tudo pode, de repente se desmanchar no ar....Qual a melhor atitude em momentos assim.... quais estratégias preciso ter para viver em uma sociedade onde a incerteza é a única certeza?

sábado, 14 de maio de 2016

AMOR É CHAMA SEM FUMAÇA


Falamos muito em amor, e de certa forma a maioria de nós persegue esse sentimento, afinal quem não quer ser amado?
Podemos comparar as palavras como se fossem cestos onde vamos depositando os sentidos e vão se passando os anos, e aquele conceito começa a receber os mais diversos significados e pouco a pouco se torna difícil tentar defini-lo. Da mesma forma as vezes a palavra é tão usada, tão citada que seu significado começa a ficar desgastado.
Com o amor acontece isso. Amar para muitos é significado de falta como na conversa de Sócrates e seus amigos no Banquete de Platão. Falta porque só amamos o que não temos, o que desejamos Na medida em que adquirimos o que queremos, esse amor e esse desejo se esvaem. Podemos dar o exemplo de uma criança que quer apaixonadamente um brinquedo. Enquanto não o tem, chora, demonstra toda a sua ansiedade e insatisfação a seus pais. Mas no momento em que recebe o presente, e com o passar dos dias, aquele amor vai se dissipando, e logo veremos o brinquedo jogado num canto, e assim começa a se amar outro objeto e o ciclo se mantém.
Há os que enxergam o amor como incompletude, como busca pela  outra metade, conceito esse também discutido no Banquete e que se refere ao mito dos andróginos. Nesse mito homem e mulher existiam em um mesmo corpo, mas por ira dos deuses foram separados.... assim a busca eterna pela união perdida.
Os amantes pensam o amor como união perfeita entre pensamentos, corpos, atitudes e esperanças. Um amor que se apropria do outro, que possui a alma amada e a quer somente para si.
Os religiosos acreditam no amor ao próximo, um amor que se projeta no cuidado do outro.... há ainda o amor de mãe, o amor a nossos objetos, o amor as causas políticas , as grandes amizades....
No entanto, se analisarmos de maneira mais profunda todas essas formas de amor, vamos percebendo que algumas são na verdade apegos que desenvolvemos pelas pessoas e objetos.
Esse apego , vai se tornando a cada dia mais arraigado, ao ponto de gerar emoções negativas. 
Krisnamurthi pensador e místico , em um de seus ensinamentos nos diz que o amor é uma chama sem fumaça.
Para ele, o sentimento em questão é fruto do pensamento, visto que o pensamento é material, está situado no tempo e o amor, está fora do tempo não é produto do cérebro, que é um mecanismo que registra  sensações e o amor pregado por Krisnamurth não é uma sensação, mas um estado de Ser, que não pode ser adquirido, nem mesmo cultivado... simplesmente nasce em nós. 
Todavia, estamos acostumados a ter apenas a fumaça... ciumes, apego, insatisfação, ódio, e nossas mentes estão repletas dessas emoções.
Amor é como uma flor plantada a beira do caminho.... ela não pensa em oferecer aquele aroma apenas a algumas pessoas que passam por ali... seu perfume é para todos!!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O QUINTO ELEMENTO




Olhando o mundo atualmente, verificamos que aparentemente, o caos, a desordem, a desarmonia e o desamor imperam, apesar de saber que existem boas práticas em todos os lugares 
 Talvez essa visão seja fruto de uma imersão a que somos expostos pela mídia de notícias de roubos, estupros, assassinatos e corrupção.
Sabemos  que a história da Humanidade não é muito diferente. Desde o aparecimento do homem no Planeta temos presenciado momentos de intensa violência, no entanto não havia a mídia  impressa e as redes sociais para nos inteirar dessa brutalidade.
Sempre houve teorias sobre essa questão das origens dessa situação caótica em que o mundo está inserido, talvez a mais conhecida seja o paradigma cristão, que ensina que pecamos e que esse pecado gerou uma disfunção muito grande em tudo, seja nas sociedades que criamos como na própria Natureza. Como ensina o primeiro capitulo do Livro  de Romanos , Novo Testamento, não só o homem se corrompeu... a própria Natureza está a cada dia se deteriorando.
Há no entanto outras visões. Dias atrás assisti a um filme , se não me engano de 1997, intitulado, o Quinto Elemento. No enredo é retratado a história de quatro pedras que são deixadas na Terra e representam as raízes da formação do Universo: Uma era formada pelo elemento Terra, a outra pelo elemento água, outra pelo elemento fogo e finalmente a outra pelo elemento ar. Essas pedras deveriam ser protegidas pelos humanos, da influência de seres com intenções malignas. Havia uma personagem que daria a ativação a essas pedras e livraria o mundo das forças do Mal restaurando o equilíbrio perdido. Era representado por uma bela jovem, e pura. 
A película em questão nos remete, a uma pensamento defendido por um filósofo pré socrático que viveu entre os séculos VII e VI A.C, e seu nome era Empédocles.
A filosofia de Empédocles tentava conciliar as ideias   de Heráclito que dizia que tudo se transformava ( o amor) contra Parmênides que dizia que tudo era estático ( os quatro elementos) Por essa teoria havia 4 materiais: terra, água, fogo e ar. Eles, ao se misturarem se transformariam em todas as coisas que conhecemos. Mas para que houvesse ordem e harmonia era preciso um quinto elemento. O amor. Era através dele que haveria o equilíbrio entre todas as coisas. Mas havia também uma força contrária, a discórdia. Quando ela preponderava sobre o mundo haveria caos e desordem.
Talvez  , na existência atual nos distraímos ao guardar as nossas raízes, os nossos princípios e eles caíram em mãos erradas. Assim, as forças da discórdia transformaram nossos princípios e valores em grande caos e ´confusão. 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

A VIDA FORA DO LUGAR



Ainda hoje ouvimos falar que devemos descobrir nossa missão, e depois que descobrirmos seremos felizes pois estaremos realizando aquilo pelo qual fomos criados.
Esse tipo de pensamento é muito comum em livros de auto ajuda que além dessa proposta trazem outros clichês como aquele “ siga o seu coração”
De onde virá essa idéia de que cada ser humano tem um lugar, tem um encaixe?
Talvez possamos viajar ao passado até a época de Aristóteles filósofo grego, que foi um dos maiores pensadores de nossa história.

Para ele todos  temos um lugar, uma missão e uma finalidade nesse mundo, e por isso precisamos descobrir esse lugar e nos “encaixar”
A idéia de Aristóteles é que vivíamos dentro de um Kosmos, um Universo finito , e perfeito.
No entanto essa concepção grega não  era para todos  , mas apenas para os bens nascidos, por isso  diz-se que era uma idéia aristocrática, porque no ideal grego, não somos todos iguais, muito pelo contrário, somente alguns teriam a virtude de receber os melhores dons.
Essa idéia de igualdade no sentido de escolher o que vou fazer com aquilo que a Natureza me dá, veio com o Cristianismo
Nessa nova visão de mundo, não há mais lugar para a virtude , enquanto busca do homem pela excelência em si através da Natureza, mas pelo contrário, a nova regra dizia que o mais importante era a vontade, a fé, a individualidade de cada um de ao tomar atitudes modificar a sua existência. Então já não há um homem que se encaixa em um único modelo, mas a possibilidade existencial desse homem ter muitas opções em ser, embora saibamos que apesar dessa liberdade existencial, isso não acontecia em relação a política e a área social.
Na atualidade, podemos perceber muitos discursos onde se valorizam os talentos: os mais inteligentes, os mais fortes os mais belos. Isso está presente em nossa  sociedade ... No entanto também ha espaço não apenas para aqueles que tem talento, mas os carregadores de piano,  pessoas que se superam através de seu esforço e de seu trabalho.
Pelo que eu entendo da Modernidade, a vida não teria uma finalidade, um sentido definido, mas nós pouco a pouco com nossas atitudes, com as habilidades que vamos desenvolvendo e com nossa força de vontade poderemos moldar uma existência possível, onde não conseguiremos ser felizes sempre, mas com certeza teremos um equilíbrio entre angústias e momentos de alegria.!!! Nesse sentido a vida está fora do lugar, porque na verdade ela nunca  esteve em um  lugar, portando está em sua posição ideal!!!

I

domingo, 3 de abril de 2016

PROPOSTAS DE FELICIDADE

A Psicanálise de  Freud   é um  dos pilares da nossa maneira de perceber o ser humano.
Para o  médico austríaco, somos um conjunto de desejos, de forças e impulsos e assim  muitas vezes estranhos em nossa própria casa.
Um dos  conceitos mais importantes do pensamento freudiano  é o princípio da realidade, do prazer, e o princípio da morte, Tanatus. Eros contra  Tanatus.
Essa idéia ensina que temos um impulso para a vida ,para as realizações, para o amor,para tudo que seja positivo, mas lutando contra isso há uma força contrária,o impulso para a morte, que quer nos levar para a inatividade, para o relaxamento, para o descanso. E invariavelmente Tanatos termina por se impor a realidade humana.
Também na idéia da Psicanálise , a Cultura só pode existir devido ao cerceamento do desejo, e esse desejo não pode ser satisfeito em sua inteireza, é preciso o recalque,  essa energia provocada pelo estancamento do desejo é o que produz nossa Cultura. Portanto para Freud  prazer e desejo são negativos,  uma maneira de criar a vida baseada no amansamento do homem, pois segundo ele não é possível ao homem ser feliz e ao mesmo tempo fazer Cultura.
Percebemos assim, na Modernidade, uma mudança nessa estrutura de pensamento, onde aparentemente, o ser humano tem buscado viver pelo prazer, liberar seu  desejo,tentar através desse impulso primordial ser feliz. Mas a maneira como está sendo direcionado esse impulso, esse desejo latente em cada um , igualmente está  tirando o melhor de nós, porque os líderes mundiais, tem “colado” a noção de prazer e desejo ao consumismo, ao obter as mais modernas tecnologias, que irão nos libertar , que supostamente irão saciar nossos mais íntimos desejos, pelo contrário, tem nos levado a um consumismo e  conformismo preocupantes.
Então, tínhamos no modelo anterior,um  ser humano que poderia realizar uma parte de sua potência, mas precisaria recalcar a outra , para criar a Civilização, um amansamento dos impulsos, para que pudesse haver vida em sociedade, e atualmente outro  modelo que parece soltar as amarras que nos prendiam, liberar o desejo para nos dar a felicidade. Mas essa liberação foi feita de modo, a direcionar o desejo criador,para um desejo de consumir, tirando as capacidades do ser humano de se realizar de fato.
Existiria um  outro modelo possível de ser humano? Como poderíamos finalmente nos emancipar e sermos de fato felizes?

sábado, 2 de abril de 2016

AS MATRIZES DO NOSSO PENSAR!

Pouco percebemos, mas a maioria das ideias que temos a respeito da Vida, da sociedade, da Política, das Ciências enfim de todo o contexto em que existimos  provêm basicamente de três filósofos ocidentais: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Esses filósofos propuseram uma nova maneira de pensar, diferente dos pré - socráticos que inquiriam sobre a physis, origem do Universo,  a Natureza e suas causas. 
Sócrates para se ter uma ideia , retirou as questões propostas pelos seus antecessores, do mundo exterior, para a subjetividade humana. Segundo o filósofo, importante era uma vida bem examinada, pois sem essa análise essa vida não valeria a pena. Também fundamental é conhecer os conceitos em sua essência, pois como vamos escolher algo se não temos uma visão clara sobre o assunto? Usando ironia e um método de perguntas dialéticas, Sócrates propunha retirar de dentro das pessoas o conhecimento, pois conhecemos, mas não nos lembramos. Essa proposta é chamada teoria das reminiscências, e Platão informa que nossas almas antes de estarem em nosso corpo, contemplaram as ideias perfeitas. Mas no processo de entrada para a Vida humana essas almas esqueceram-se de tudo  e esse conhecimento estava adormecido na psique. Caberia aos filósofos, a arte de trazer o conhecimento novamente a tona e isso se daria pelo raciocínio, pelo pensar.
Platão nos coloca a questão da dualidade, isto é, o mundo é feito de duas realidades, a sensível e a  inteligível. Estamos inseridos em um mundo dos sentidos e esses nos enganam, não sendo possível  uma compreensão correta das situações usando a experiência como farol. Somente conheceremos a Verdade pela Razão e através dela alcançarmos o Mundo das Ideias, das Formas Puras, , verdadeiro mundo. Esse Platonismo filosófico foi adaptado pelos padres da Igreja, principalmente Agostinho para um paradigmao que começa a dominar a Humanidade depois da Queda do Império Romano: O Cristianismo.  O raciocínio  é que igualmente ao Platonismo, há duas realidades: Vivemos em um mundo sensível, onde estamos sujeitos a diversas vicissitudes, mas existe um mundo Perfeito, feito por Deus, a Ideia Suprema. Como em Platão, nossa alma também é dotada de apetites, mas existe a parte mais nobre( espírito) onde podemos acessar as Verdades eternas. Nessa concepção, assim como em Platão, o corpo é o grande vilão da história, responsável por uma série de imperfeições.
Aristóteles diferente de seu Mestre Platão, valorizava  os  sentidos, acreditando que as ideias não estavam  no além, mas sim dentro das próprias coisas, em essência. Dessa forma, o filósofo é o responsável pelas práticas modernas na Psicologia, Biologia e outras ciências atuais.  A ética também foi uma área muito trabalhada  tendo o mesmo escrito um livro, dedicado a seu filho Nicômaco.
Assim , as matrizes de nosso pensamento são praticamente devidas a esses três grandes pensadores da Antiguidade.
Mas fico a imaginar que ,e se assim não fosse? E, se ao invés desses pensadores, tivéssemos escolhido a Epicuro, a Espinosa e  Nietzsche?  Bem, esse é um pensamento que pode ser debatido em um outro post, mas com certeza, teríamos um mundo muito diferente do que temos hoje!!!

FESTA JUNINA!

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasile...